ENTREVISTA/Carlos Vieira

Chefe de gabinete e gestor do Serviço de Informação ao Cidadão da UFSC

Continua depois da publicidade

Segundo o chefe de gabinete Carlos Vieira, a maioria do material classificado como sigiloso envolve propriedade intelectual. Nesta entrevista, ele justifica o cuidado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com as pesquisas produzidas e que o coloca entre os 10 órgãos públicos federais que tem mais documentos classificados como reservados e secretos.

Diário Catarinense – A UFSC aparece em oitavo na lista dos dez órgãos públicos que mais acumulam documentos com algum grau de sigilo. Houve surpresa?

Continua depois da publicidade

Carlos Vieira – Não. Tivemos a preocupação de fazer esse trabalho difícil de pegar cada projeto e classificar de acordo com a importância e o sigilo que cada um deve ter.

DC – Que tipo de documentos são esses?

Vieira – São projetos, pesquisas, bancos de dados. Há casos onde não se trata do projeto todo, apenas uma parte. É necessário cuidado na divulgação das informações para não se criar algum tipo de especulação.

DC – Mas só há pesquisa?

Vieira – A maioria trata de pesquisa que tem propriedade intelectual envolvida. Decidimos proteger a informação para impedir que alguém pegue esse conhecimento e gere um produto antes mesmo de a UFSC ter concluído a pesquisa.

Continua depois da publicidade

DC – Mas por que a UFSC considera que precisa ter documentos reservados, sendo que nenhuma outra universidade fez essa classificação?

Vieira – É uma boa pergunta: talvez essas outras universidades não estejam atentas. Talvez agora, com esse relatório, passem a ser mais cuidadosas com seus bancos de dados e com as pesquisas. A UFSC tem esse cuidado. Inclusive, olhamos nos sites das outras grandes universidades e vimos que está tudo aberto. Hoje você pode saber, por exemplo, qual é a identidade do cadáver que está sendo usado no Departamento de Biologia de qualquer universidade. Na nossa, temos proteção, não divulgamos essa informação.

DC – É razoável a UFSC ter mais documentos reservados do que o Ministério da Justiça e do que a Infraero?

Continua depois da publicidade

Vieira – Depende. Quantas Infraeros a UFSC deve ter dentro dela? Umas 20, 30? Nossa comunidade é de 45 mil pessoas. A Infraero não tem uma produção de documentos de pesquisa. A UFSC produz muito mais documentos do que um órgão como o Ministério da Justiça.