O placar da partida entre Brasil e Alemanha ontem surpreendeu até os mais pessimistas, que acompanhavam o jogo em uma loja especializada em cervejas artesanais, em Itajaí. Eram alemãs as cervejas mais pedidas do dia e os aperitivos servidos como cortesia pelo estabelecimento. O empresário Rogério Bork, de 48 anos, descendente de alemães, foi quem cuidou pessoalmente de cada detalhe do cardápio para atrair a clientela, que incluiu linguiças e salsichas de origem germânica. Mas ninguém que foi até o local imaginava que o dia não seria de comemoração.

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No Mercado Público de Itajaí, outro ponto de encontro dos torcedores do litoral durante os jogos da Copa, a decepção também tomou conta. A partida nem tinha acabado e o clima já era de derrota.

Até os primeiros minutos de bola em campo a torcida era forte para o Brasil, tanto no bar com atrativos alemães quanto no Mercado Público. Nem no auge de todo o seu pessimismo, o médico Vagner La-Bella Marche, 35 anos, apostou num resultado tão desfavorável à Seleção canarinho. Desde a Copa do Mundo de 1998, Marche conta que ele e a família não torcem para o Brasil.

– A última vez que eu torci para o Brasil foi em 1994. Era um time que não apresentava tanta soberba, era mais desacreditado pela mídia, não tinha estrelas muito bajuladas. Conhecendo mais da essência do futebol, vejo que ele está muito associado hoje à política, às marcas que patrocinam e a muitos interesses – explicou ele, que acreditava numa derrota mais equilibrada de um 1 a 0 para a Alemanha – indo à prorrogação.

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A cada um dos cinco primeiros gols da Alemanha ficava evidente o misto de espanto e decepção instalado no rosto dos torcedores brasileiros que acompanhavam a partida. O casal Eduardo Dornelles, 34, e Grasielli Pollon, 26, que apostava na vitória brasileira, tinha pouco a dizer sobre o resultado do jogo.

– Fazer o que né? Jogo é isso. Perdemos – disse Dornelles, ainda incomodado com a goleada alemã ao final do primeiro tempo.

Decepção

No Mercado Público de Itajaí o segundo tempo do jogo entre Brasil e Alemanha que passava no telão parecia já ter acabado para os torcedores que estavam no local. Alguns chegaram até a comemorar os dois últimos gols marcados pela Seleção germânica.

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Cristiele Lisboa pediu uma caneta emprestada para escrever na camisa da irmã, Janaína Lisboa, o número 2018, simbolizando que a conquista do hexa ficou para a próxima Copa.

– Foi uma decepção, né? Esperava que fosse melhor, mas na próxima a gente ganha – acredita.

Para Leonan de Borba, que acompanhou todos os jogos do Mundial com o cabelo pintado de verde, a superstição não adiantou contra a Alemanha.

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– Foi decepcionante, estávamos confiantes, mas foi feio, em cerca de 25 minutos já tinham sido cinco gols – avalia.

O rosto pintado de Adriana Duarte também mostrava a decepção com a goleada sofrida pelo Brasil.

– Parece que a Seleção nem entrou em campo, não foi só a falta do Neymar, acho que faltou garra – afirma.