Serenidade e muita confiança foram algumas das principais armas de Deborah Reinert, 51 anos, na luta contra o câncer de mama descoberto em fevereiro de 2012. A família dela passava por um momento delicado na época. A mãe de Deborah estava em tratamento por causa de um câncer no pulmão, por isso, quando recebeu o diagnóstico da doença, decidiu não contar para a família, enfrentaria aquilo praticamente sozinha, em princípio. O único que sabia era seu marido.
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– Ele me disse “ergua a cabeça e não olhe para trás”.
E foi assim que ela encarou o problema de saúde desde então. Passados o choque e o medo por não saber quais seriam os efeitos do tratamento, Deborah ouviu os conselhos do marido e seguiu em frente. Após a cirurgia para retirar o tumor do seio esquerdo, ela contou para a mãe e a irmã, afinal, precisaria começar a quimioterapia e não teria mais como esconder.
Para ela, a partir do momento em que deixou a sala de cirurgia, estava curada. E garante que esta maneira positiva de encarar aquele momento difícil foi essencial para enfrentar tudo com mais leveza.
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– Isso foi muito importante, vejo pela minha mãe, que nunca se entregou. Nunca tive dúvida da cura, o câncer de mama não é uma sentença de morte.
O tratamento, que antes a assustava, foi superado com a mesma tranquilidade.
– Lógico que no começo é um baque, você não sabe o que vai acontecer, mas não tive enjoo, apenas me sentia muito cansada, não foi um tratamento que me abalou. Você faz a cirurgia, o tratamento e a vida segue.
A queda do cabelo também não abalou a autoestima de Deborah. Adorava usar lenços, ganhou vários deles de presente, e abusava de chapéus, acessório do qual sempre gostou.
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– Eu curti todas as fases que eu tive que passar. Pensava que, se teria que ficar careca, então ficaria careca bem, sem estresse. Não tinha problema nenhum, baixa autoestima, não tive nada disso, sempre quis me mostrar bem. A única coisa da qual me arrependo é de não ter feito nenhum ensaio fotográfico na época.
Esta força de Deborah veio, em boa parte, do carinho que a família e o amigos lhe dedicaram e também porque ela continuou aproveitando a vida como antes. Reencontrou antigas amizades, fez novas e não parou de trabalhar, apenas diminuiu o ritmo no ateliê onde cria trabalhos de pintura em madeira e mosaico.
– Me obrigo a sair de casa todo dia, a me arrumar, mesmo quando estou cansada. À noite, gosto de sair com meu marido, passeio com minhas amigas nos finais de semana… Não adianta se trancar no quarto. Eu gosto de falar da doença para as pessoas saberem que não precisam ter medo, passa – reforça Deborah.
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