Mais de quatro crianças são estupradas todos os meses em Jaraguá do Sul, e na maioria dos casos, o agressor está dentro de casa e convive diariamente com a vítima. O cálculo vem das estatísticas da Polícia Civil, que no primeiro semestre deste ano registrou 28 denúncias de estupro de vulnerável – número semelhante ao do ano passado, com 29 casos no primeiro semestre e um total de 57 em 2014.

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Infelizmente, essa estatística está muito longe da realidade, já que apenas uma ínfima parcela chega aos órgãos públicos. A vergonha da vítima em contar, às vezes porque sofre ameaça, e da própria família em relatar os casos, mascara o tamanho do problema. Essa violência velada precisa da ajuda de amigos, professores e profissionais de saúde para identificar as mudanças de comportamento que alertem para o trauma, e denunciar o crime.

Em geral, as denúncias chegam com a indicação do suspeito – como no último final de semana, quando um homem foi preso em flagrante suspeito de abusar do filho de cinco anos. Estupro de vulnerável é considerado crime hediondo, e prevê pena de oito a 15 anos de prisão, podendo chegar a vinte se o réu for parente em primeiro grau.

Alvo fácil

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Só para título de comparação, nos primeiros seis meses do ano, três mulheres adultas foram vítimas de estupro. No mesmo período do ano passado, eram cinco.

Vulnerável

Adolescentes de até 14 anos são considerados vulneráveis e o estupro se configura por qualquer atitude libidinosa – um beijo mais ardente, tocar nas partes íntimas até o ato sexual consumado.