No debate da RBS TV, na noite desta quinta-feira, os cinco candidatos à prefeitura de Joinville trocaram perguntas sobre saúde, educação, transporte, segurança. Em 1h44 de discussão, foram priorizadas as propostas, sem ataques pessoais.
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Em vários momentos, os candidatos falaram das diferenças entre gestão pública e privada, assunto que tem ganhado destaque devido à participação de Udo Döhler (PMDB), que é empresário e nunca disputou uma eleição.
A construção de elevados, defendida com mais ênfase por Kennedy Nunes (PSD), também gerou polêmica quando Leonel Camasão (PSOL) perguntou a Marco Tebaldi (PSDB) se o candidato era a favor da construção porque julga o investimento necessário para melhorar o trânsito ou se estava disposto a ganhar votos.
O candidato do PSDB observou que a obra, se bem planejada, é uma solução para o trânsito da cidade. O atual prefeito, Carlito Merss (PT), aproveitou todas as oportunidades para destacar ações de seu governo e tentou colar sua imagem aos governos Lula e Dilma.
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Primeiro bloco
Começo amistoso
Sorteado para abrir o primeiro bloco, Udo escolheu Kennedy para falar sobre iluminação, tema pré-definido em sorteio. O candidato do PMDB criticou a falta de investimentos em iluminação nos bairros e o do PSD observou que essa é uma questão de segurança pública. Kennedy perguntou a Tebaldi sobre habitação.
O candidato do PSDB criticou as obras do atual governo no Boehmerwald, uma vez que na avaliação dele não há infraestrutura – postos de saúde e escolas – para atender às famílias no local. O candidato do PSD falou da necessidade de realizar a regularização fundiária da cidade.
Ao perguntar para Carlito sobre como planeja tratar a questão do lixo, Tebaldi aproveitou para citar os investimentos realizados quando foi prefeito. Citou, por exemplo, que implantou a coleta seletiva. O candidato do PT disse que quando assumiu somente 2% do lixo de Joinville eram reciclados e hoje a média é de 13%.
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O atual prefeito comentou, ainda, que está apostando em educação ambiental. Carlito e Camasão falaram sobre a geração de emprego. O candidato do PSOL defendeu a necessidade de se investir em capacitação profissional. O candidato do PT tentou colar sua imagem aos governos de Lula e Dilma ao ressaltar o crescimento das vagas no mercado de trabalho.
Lembrou da reestruturação da Fundamas e do papel do ex-prefeito Nilson Bender na criação da instituição. Leonel Camasão encerrou o bloco ao perguntar para Udo Döhler sobre a licitação do transporte coletivo. O candidato do PMDB se comprometeu a aperfeiçoar a atual concorrência se assumir o governo. Disse que as mudanças são necessárias para atender os investimentos em mobilidade previstos no plano de governo dele. Defendeu meios alternativas de transporte para resolver congestionamentos.
Segundo bloco
Saúde e transporte
Carlito iniciou perguntando a Tebaldi sobre se é simples investir em saúde, como pregam outros candidatos. Segundo o candidato tucano, a falta de investimentos do Estado com o Hospital Regional, por exemplo, é um dos fatores que pioram o atendimento prestado pelo município. Carlito disse que uma das maiores conquistas de seu governo foi implantar o acelerador linear e aumentar o número de leitos.
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Tebaldi replicou que não deixou dívidas, apenas faturas em aberto em seu governo. Tebaldi questionou Kennedy se gerir um hospital público é semelhante a gerir um hospital privado. Kennedy disse que não, que hospitais públicos têm que atender todas as pessoas, inclusive de fora de Joinville, problema corroborado por Tebaldi.
Kennedy disse que vai reservar duas salas apenas para cirurgias de traumas como solução. Ele perguntou a Leonel sobre como implantar o transporte público à noite. Para Camasão, a municipalização do serviço permitirá a melhoria do transporte como um todo, inclusive noturno. Kennedy aproveitou para dizer que vai subsidiar a gratuidade e trazer de volta linhas como o madrugadão.
Em seguida, Leonel perguntou a Udo sobre o fato de o secretário de Estado, do PMDB, não investir no Regional. Udo preferiu responder que a gestão privada da saúde ajuda no serviço público. Segundo ele, a saúde seria um caos se não fosse a saúde privada atender 42% da população por meio dos planos. Aproveitou para dizer que quer otimizar o índice de atendimentos e, com isso, economizar recursos.
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Udo perguntou a Carlito o que seu governo tem feito para agilizar a abertura de empresas. Carlito citou o fim da TLL, a criação do serviço de Certidão Negativa de Débito (CDN) online e a redução do tempo para abertura de empresas de 72 para 20 dias. Udo retrucou que ainda há demora na liberação de licenças ambientais e que irá garantir licença provisória.
Terceiro bloco
Elevados e educação
Camasão abriu o bloco perguntando a Tebaldi sobre a construção de elevados e viadutos, assunto batido ao longo da campanha. O candidato do PSOL perguntou ao candidato do PSDB se é a favor dos elevados pela necessidade ou apenas para ganhar votos. Tebaldi observou que não se pode fazer elevados sem planejamento, mas disse que a cidade precisa investir na estrutura para melhorar o trânsito.
Defendeu, ainda, a construção do Eixão. Na sequência, Tebaldi escolheu Carlito para falar sobre a implantação da educação em tempo integral. Carlito aproveitou para fazer um pequeno balanço de sua gestão. Falou da merenda escolar, citou o pagamento de benefícios aos professores e o fim do turno intermediário.
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Tebaldi falou das 447 salas de aula que construiu e disse que o investimento encaminhou a solução para o turno intermediário. Carlito questionou Kennedy sobre lazer. O candidato do PSD respondeu à provocação do candidato do PT dizendo que os museus não estão abertos – Carlito abriu a pergunta falando que Kennedy poderia visitá-los e insistiu que estão em funcionamento. Kennedy criticou o Orçamento Participativo.
Ressaltou que obras prometidas estão paralisadas. Kennedy e Udo falaram sobre CEIs. O candidato do PMDB falou do déficit de 3 mil vagas e disse que vai incentivar a instalação de creches domiciliares. Falou, ainda, em otimizar os CEIs. Disse que o custo da gestão de um CEI é quase três vezes superior ao da creche comunitária. Kennedy defendeu convênios com creches comunitárias e particulares enquanto se constroem novos CEIs.
Udo defendeu as PPPs como solução a curto prazo e Udo encerrou o bloco perguntado a Camasão sobre segurança pública. O candidato do PSOL observou que é necessário cobrar investimentos do Estado. O candidato do PMDB disse que o município pode colaborar ao investir em iluminação, câmeras de segurança e no combate as drogas.
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Quarto bloco
Cachoeira e gestão
Kennedy questionou Tebaldi sobre como fiscalizar melhor empresas que poluem o rio Cachoeira. Tebaldi respondeu que em sua gestão municipalizou a Companhia Águas de Joinville, o que permitiu buscar recursos na ordem de R$ 250 milhões para obras de saneamento básico.
Kennedy retrucou que é preciso fiscalizar não apenas o cidadão que joga lixo no rio, mas grandes empresas. Tebaldi perguntou a Camasão sobre como melhorar o turismo em Joinville. O candidato do PSOL disse que é preciso dar chance de o cidadão mais pobre visitar locais públicos que estão fechados.
Na sequência, Camasão questionou Carlito sobre qual sua proposta para regularizar o Conselho da Cidade após intervenção do Ministério Público. O candidato do PT disse que fez o que deveria, com um conselho que agregou diversos setores da sociedade e que discutiu por dois anos projetos de lei importantes como o de Ordenamento Territorial.
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Carlito clamou que o Conselho tenha agilidade para que o ordenamento seja aprovado e facilite a implantação de empresas. Carlito indagou Udo, em seguida, sobre se há diferenças entre gestão pública e privada, lembrando de prêmios que recebeu na área.
Udo disse que gestão é gestão e que é preciso desburocratizar o serviço público por meio de uma gestão eficiente, ferramenta capaz de fazer com que Joinville cresça com capacidade de acolher os 850 mil habitantes que deverá ter nas próximas décadas.
Udo Döhler finalizou perguntando a Kennedy sobre como valorizar o servidor público. Kennedy respondeu que não vai fechar as portas aos servidores e que fará um governo em parceria com eles. Comparou a Prefeitura a uma orquestra, na qual o prefeito tem o papel de maestro. Disse que irá investir em melhoria salarial e no plano de saúde dos servidores. Udo replicou que irá implantar a meritocracia se eleito.
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Quinto bloco
As palavras finais
Udo lembrou das ofensas que sofreu durante a campanha eleitoral. Falou que desde o começo só apresentou propostas ao eleitor sem agredir ninguém. Pediu o voto e disse que irá aprofundar o debate de questões importantes, como saúde, segurança, educação e transporte coletivo.
Falou que apareceu nesse momento para tornar a cidade mais justa e igual. Tebaldi agradeceu o apoio do seu vice, dos partidos da coligação e dos candidatos a vereador. Falou que recebeu o apoio do povo e que sua campanha falou apenas a verdade, apresentando propostas e mostrando o que foi feito quando era prefeito.
Se disse mais maduro e preparado. Pediu o voto e defendeu que assim a cidade continuará avançando. O prefeito Carlito fez suas considerações relembrando as dificuldades quando assumiu a Prefeitura. Falou que acabou com o turno intermediário e diminuiu o número de enchentes ao limpar valas. Também falou que começou uma nova forma de governar implantando o Orçamento Participativo (OP).
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Disse que é o único que tem o apoio da presidente Dilma. Lembrou que todos os outros governos tiveram seis a oito anos e que ele também merece mais tempo no governo. Na sequência, Camasão disse que o PSOL está fazendo uma nova política, diferente de tudo que foi feito. Falou que o partido apresentou as melhores propostas e merece estar no segundo turno. Kennedy encerrou o bloco agradecendo ao eleitor que acredita em suas propostas. Disse que suas promessas já funcionam em outras cidades.
Lembrou que muita gente não acreditava que ele seria candidato. Falou que Joinville precisa de soluções modernas e garantiu que irá agilizar as consultas médicas. Agradeceu seu vice Afonso Ramos e lembrou que ele foi o responsável por planejar a zona Sul, quando era secretário do ex-prefeito Freitag.