O debate na última semana promovido pela CBN Diário intensificou a disputa entre quatro dos seis candidatos a prefeito no município. PSOL e PPS, de Carlos Rogério e Odílio José de Souza, respectivamente, não participaram do debate. Odílio não quis participar e o PSOL ficou fora do critério de representatividade de 10 deputados na Câmara Federal adotado pela CBN nos debates.
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Em busca do direito de comandar o décimo maior colégio eleitoral de Santa Catarina, com 114.060 mil eleitores, coube aos candidatos Anderson Jiraya (PRB), José Ricardo da Silva (PDT) e Manoel Augusto Marcelino (PT) questionar o candidato à reeleição Camilo Martins (PSD).
E nesta disputa verbal, Camilo sofreu mais críticas do pedetista José Ricardo da Silva, que tentou desqualificar a atual gestão, enquanto Jiraya e Manoel Marcelino procuraram se colocar como novas e diferentes opções de governo.
Ao atual prefeito, coube se defender das críticas, especialmente na área de saúde, educação e mobilidade urbana. Setores estes em que Camilo Martins concentrou suas perguntas aos adversários na tentativa de expor novas propostas. Não faltou ironia e ataques entre os candidatos e sobrou até frases de efeito, entre discursos decorados.
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O debate durou 1h25 minutos e quatro blocos foi comandado pelo comentarista político Renato Igor na última quinta-feira, 22.
Primeiro bloco apresentou os candidatos
A primeira parte do debate deu dois minutos para cada candidato responder porque merece ser o prefeito de Palhoça. Camilo Martins foi definido pelo sorteio como o primeiro a responder e afirmou que sua candidatura é para ” continuar fazendo as verdadeiras transformações no município”. Ele defendeu seu governo como técnico e qualificado, afirmou que todos os bairros estão em obras que representam o maior desafio realizado pela sua gestão: “transformar ideias em projetos e projetos em obras”.
O petista Manoel Marcelino soltou um “fora Temer” na largada e defendeu que sua candidatura é a única que representa “a maioria dos trabalhadores e os mais necessitados do município”. “Sou o candidato que o povo de Palhoça merece”. José Ricardo da Silva, do PDT, citou sua larga experiência em cargos públicos e privados, principalmente na assessoria do ex-ministro do Trabalho, Manoel Dias, para reforçar seu conhecimento do Estado e do país que “aplicará em projetos e ideias para Palhoça”.
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Já Anderson Jiraya (PRB) citou sua candidatura como “a mudança que Palhoça precisa”, citando a qualificação dos serviços como prioridade.
Duelo na saúde e na mobilidade
No segundo bloco, com perguntas entre os candidatos, Jiraya questionou Camilo sobre a precariedade do serviço na saúde. Ele questionou o prefeito sobre a manutenção do secretário do último governo na sua gestão, lembrando uma frase de Camilo ao assumir a Prefeitura de que a saúde agonizava no município. Camilo citou a construção de seis postos de saúde e da UPA 24h para se defender e soltou uma frase de efeito para justificar a manutenção do secretário de saúde.
“Administração pública não se faz com o fígado, mas com o coração”, disse, ao complementar: “Ele não trabalhou para mim na administração passada, mas pelo bem das pessoas e foi com isso que eu me preocupei. Eu não poderia mexer numa estrutura todo por bel prazer, por questões políticas. ele é uma pessoa técnica”.
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Camilo questionou José Ricardo sobre ações na mobilidade urbana, citando uma frase do adversário sobre a Avenida das Torres, em que Camilo fez investimentos no último governo.
“Na campanha passada o senhor dizia que a Avenida das Torres não ligava nada a lugar nenhum. O que propõe?”. Ricardo admitiu a frase e disse que as obras de Camilo são “eleitoreiras” e não resolvem o problema de mobilidade, propondo uma ponte no final da Avenida e a interligação dos bairros e dos municípios por meio das avenidas municipais. Camilo rebateu dizendo que “as pessoas estão agradecendo as obras no município”.
José Ricardo e Manoel Marcelino também debateram as ações na educação. O primeiro defende novas creches e atendimento 12 por 12, ou seja, integral o ano todo para eliminar o déficit de 6.000 crianças sem creche e escola em Palhoça. Manoel falou que sua proposta é “construir creches onde não tem e melhorar as que já existem”.
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Debate sobre temas específicos
O terceiro bloco de perguntas entre candidatos focou em perguntas específicas sobre expansão da rede de esgoto, plano para a mobilidade urbana, plano diretor e crescimento planejado, transporte coletivo, segurança e criação de guarda municipal. No quarto bloco, os candidatos fizeram perguntas livres, porém os temas se repetiram. José Ricardo novamente criticou Camilo pela falta de obras em saneamento básico e tratamento de esgoto no município, alegando que só dois dos 30 bairros têm tratamento de esgoto .
Camilo respondeu sobre a implantação do projeto de saneamento básico que apontou a necessidade de R$300 milhões em obras e disse que o município buscará esse dinheiro com o governo do Estado. Camilo citou a possibilidade do trabalho voltar a ser da Casan no município.
Jiraya e Camilo debateram sobre o plano diretor e o crescimento ordenado da cidade. O primeiro defendeu o crescimento sustentável e o segundo o debate maior com a população sobre o plano diretor.
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Em relação á segurança e a criação da guarda municipal, tema entre Jiraya e Manoel Marcelino, os dois defenderam mais policiais nas ruas, mas Manoel disse ser uma questão em que o Estado precisa resolver e que o município não tem recursos para implantar a guarda municipal. Jiraya citou a implantação de câmeras de videomonitoramento, conselhos de segurança, vizinhos solidários e até um centro de Triagem de presos em Palhoça.
Em mobilidade urbana, enquanto José Ricardo defendeu integração entre bairros e cidades vizinhas, ciclovias e acessibilidade, Manoel ousou ao prometer transporte público gratuito e Camilo Martins citou a proposta de fazer uma única licitação do transporte público para os cinco municípios – Santo Amaro da Imperatriz, São Pedro de Alcântara, Biguaçu, São José e Palhoça – com tarifa única.
Na saúde, Manoel citou a proposta de implantação de um Centro de Especialidades no município e José Ricardo a construção de um hospital público municipal.
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Críticas à aliança política
No último bloco, o candidato do PT, Manoel Marcelino, que tem chapa pura, questionou a candidatura de Camilo, que tem uma ampla aliança de 12 partidos. “Com uma aliança grande como a sua, como o senhor vai definir os cargos de confiança?’, perguntou.
Camilo tentou fugir da pergunta ao responder que seu governo é técnico e qualificado, mas ao ter a insistência da pergunta, alegou que construirá “relacionamento com as pessoas e que, para isso, a classe política não pode estar brigada”. “Precisamos da união da força política”, disse ao defender que não preencheu 20% dos cargos comissionados, por “respeitar o momento de crise”.