As sessões extraordinárias que debatem o projeto para o novo salário mínimo se arrastam há mais de seis horas na Câmara. Depois do anúncio do parecer favorável do relator Vicentinho (PT-SP), os deputados federais se revezaram entre as 15h50min e as 20h defendendo ou criticando o projeto do governo que fixa em R$ 545 o valor do novo salário mínimo.

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Por volta das 20h, o plenário encerrou a fase de discussão do projeto do Executivo. A seguir, o relator começou a leitura de relatório sobre as mais de 20 emendas apresentadas ao projeto. Ao final da apresentação, recomeçaram os discursos dos parlamentares sobre as emendas.

Duas sessões extraordinárias

A primeira sessão extraordinária que debateu o tema começou por volta das 14h. Por volta das 18h40min, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), anunciou que a primeira sessão havia chegado ao limite e deu início a nova sessão para a votação do projeto.

A discussão dos parlamentares contra e a favor do mínimo de R$ 545 ocorreu entre vaias e aplausos da plateia que assiste das galerias. Os parlamentares opinam sobre o projeto ou defendem as emendas que elevam o valor.

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As manifestações vindas da plateia incomodaram alguns deputados e levaram a primeira vice-presidente, Rose de Freitas (PMDB-ES), a ameaçar a retirada dos manifestantes do local, quando estava no comando da mesa. Após reassumir a mesa, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) pediu ao deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, que controlasse os manifestantes:

– Esse comportamento vai levar a que não tenhamos mais a presença de representantes sindicais nas galerias em outras oportunidades.

Acompanhe ao vivo a votação:

Críticas e elogios

No plenário, os deputados se revezaram em críticas ou elogios ao mínimo de R$ 545. O deputado Vaz de Lima (PSDB-SP) criticou a fala do ministro Guido Mantega na terça-feira na Câmara, quando o titular da Fazenda defendeu a proposta de R$ 545.

– Faz-se de tudo para utilizar os números para prejudicar os trabalhadores.

Lima ofereceu ao líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza (PT-SP), o livro “O Homem que Calculava”, de Malba Tahan, e pediu a ele que entregasse o “presente” a Mantega e à presidente Dilma Rousseff.

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– Espero que isso daqui leve o juízo ao ministro e à presidência.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira Ferreira (PT-SP), defendeu o aumento progressivo para o mínimo. Segundo o deputado, o salário terá valorização de 30% nos próximos quatro anos. O deputado criticou a oposição por defender que há recursos para um aumento maior já este ano:

– Eles dizem que pode haver cortes. Mas aonde eles apontam que haverão os cortes? Já tivemos um corte de R$ 50 bilhões. Não vamos mais investir em portos, aeroportos, estradas, ferrovias, educação?