O curso de Medicina passará de seis para oito anos a partir de 2015, dois anos de estágio obrigatório na saúde pública, em regiões pobres, antes de receber o diploma. A mudança integra um pacote de medidas anunciado nesta segunda-feira, dia 5 de julho, pela presidente Dilma Rousseff para ampliar a oferta de médicos no país e melhorar a formação dos profissionais. Definida em medida provisória, a ampliação deverá ser regulamentada pelo Conselho Nacional de Educação, num prazo de seis meses.

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Os estudantes irão trabalhar na atenção básica e nos serviços de urgência e emergência da rede pública, vão receber uma remuneração do governo federal (a expectativa é de que seja entre R$ 3 mil a R$ 8 mil mensais) e terão autorização temporária para exercer a medicina, além de continuarem vinculados às universidades.

Para o Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc), o programa é um afronta à categoria e não resolve os problemas. O presidente Cyro Soncini observa que qualquer iniciativa do governo federal tem de passar por investimentos em saúde e por melhores condições de trabalho dos médicos. O programa também é visto com ressalvas pelo Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (Cremesc). Na avaliação do presidente Vicente Pacheco, a medida por si só não basta para aumentar o número de médicos no SUS – e levar assistência à população – ou mesmo garantir a ida de profissionais para o interior do Brasil. O entendimento do Cremesc é de que, paralelamente a qualquer ação voltada aos médicos, é necessário investir na construção de novos hospitais, aparelhamento e compra de medicamentos.

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