Enquanto o PSDB vive disputa interna em torno da realização de prévias para decidir o nome do partido para Presidência em 2014, o PT deu a largada para o processo eleitoral que definirá o novo presidente da legenda.
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Os seis candidatos ao posto se reuniram nesta segunda-feira, em São Paulo, para o primeiro debate público. Ao todo, serão realizados 27 encontros até o próximo dia 11 de novembro, data da eleição.
Em conversas com jornalistas antes do debate o secretário de comunicação do PT, Paulo Frateschi, alfinetou os tucanos:
– Eles nunca farão uma prévia. Decidirão o candidato do partido em um restaurante de um hotel com duas garrafas de vinho da região da Borgonha – ironizou.
Disputam o Processo de Eleição Direta (PED) o atual presidente nacional da sigla, deputado estadual Rui Falcão, o dirigente Markus Sokol, o deputado federal Paulo Teixeira (SP), e os dirigentes Renato Simões, Serge Goulart e Valter Pomar.
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Paulo Frateschi disse ainda que o cadastro do PT, ao contrário do PSDB, está atualizado.
– Nossos filiados têm documento, endereço e telefone – completou o secretário Nacional de Organização do partido, Florisvaldo Souza.
Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que, segundo dirigentes tucanos, não chega a 200 mil o número de partidários com algum tipo de vida orgânica na legenda. A falta de organização poderia complicar ainda mais uma eventual votação dentro da sigla, pedido defendido pelo grupo ligado ao ex-governador José Serra (SP). O grupo ligado ao senador Aécio Neves (MG) aposta na escolha pelo nome do senador sem a necessidade de disputa.
Os dirigentes petistas reconhecem que o PED começa em um momento delicado para o partido devido à etapa final do julgamento do mensalão em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).
– Estaremos muito expostos. Vamos sofrer um momento de pressão, mas vamos mostrar a verdadeira face do julgamento. Vamos para a base mostrar nossa posição – afirmou Frateschi.
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Segundo o secretário de comunicação, os réus do mensalão não estão inscritos na chapa que concorrem ao PED por opção própria.
– José Dirceu foi consultado e disse que não queria ficar. José Genoino abriu mão e João Paulo Cunha está terminando curso de direito – explicou Frateschi.
Por fim, Frateschi afirmou que Dirceu “não precisa de nenhum cargo” para fazer política:
– Dirceu tem influência muito grande no partido.
No primeiro bloco do debate, os candidatos de correntes consideradas mais radicais do PT criticaram o julgamento do mensalão e pediram a restrição das alianças para 2014. O dirigente e candidato Serge Goulart chegou a pedir que o PT não se alie com PMDB, PDT e PSB.