Após a apresentação de Anita Pires, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Eventos (Abeoc), seguiu-se um debate entusiasmado entre alguns dos principais agentes do turismo catarinense.
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Dos assuntos discutidos, receberam maior atenção a qualificação dos profissionais e gestores da atividade e a divisão de responsabilidades no turismo entre o setor público e privado. Também foi lembrado o impacto das manifestações populares a alguns dias do início da Copa do Mundo.
João Eduardo Amaral Moritz, presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-SC), deu início ao debate argumentando que o trade turístico catarinense vem fazendo a sua parte, enquanto os governos estão deixando de dar o incentivo esperado. Moritz destacou o exemplo de Florianópolis:
– Podemos chegar à cidade por terra, mar e ar. Mas por terra, pensando na BR-101, não temos boas estradas. Por mar, não temos marinas e atracadores suficientes. E por ar, temos um aeroporto atrasado em 30 anos – criticou.
O presidente da ABIH citou ações pontuais, que qualificariam a estrutura turística do Estado, como a reforma do mirante do Morro da Cruz, em Florianópolis, a construção do Caminho das Neves entre a Serra gaúcha e catarinense, a implantação da Casa do Turista na Praia Grande, no Sul, com ênfase na visitação dos cânions e, ainda no Sul, a adequação das minas de carvão para o turismo.
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Questionada pela plateia se o setor precisa realmente ser dependente das políticas públicas, Anita Pires respondeu que nos países mais desenvolvidos em turismo as empresas são as únicas agentes. Mas no Brasil, para ela, o governo precisa fazer a sua parte.
– O turismo não é uma atividade de governo, é de mercado. Mas o governo tem que fazer o dever de casa, promovendo e incentivando, e principalmente entregando infraestrutura e saneamento – disse.
O presidente da Santur, Valdir Walendowsky, destacou a diferença do turismo no Estado entre os anos 2000 e agora, depois do foco dado na atividade por região e em todos os dias do ano. Para ele, Santa Catarina tem apelos consolidados, como o sol e mar, e precisa atualmente criar novos contextos.
– Somos parecidos com a Itália em geografia, cultura e colonização. Nós fomos criados por 23 etnias e devemos explorar este aspecto cultural – disse.
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Os participantes do debate concordaram que uma das principais reclamações no turismo da temporada no Litoral é quanto à qualidade dos profissionais. Moritz ressaltou que há uma dificuldade de preenchimento de vagas oferecidas pelo Senac e pelo Pronatec em diversas funções ligadas ao turismo, como camareira, garçom, agentes turísticos e cursos de línguas.
Já o presidente do Convention & Visitors Bureau de Florianópolis, Marco Aurélio Floriani, afirmou que não se faz turismo de eventos apenas com centro de convenções. Ele destacou a importância do Centrosul para a cidade, inaugurado em 2008, e da construção do Centro de Canasvieiras para a região Norte, mas ressaltou que turismo de negócios também se faz com transporte de qualidade, atendimento médico, segurança e até mesmo vagas nas ruas para estacionar.