As gravações dos diálogos entre presos de várias cadeias do Estado, reveladas por “A Notícia” no último domingo, têm sido objeto de análise por parte do Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap), da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SJC).

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Os áudios originais foram entregues por “AN” ao departamento que administra o sistema prisional catarinense na segunda-feira.

VÍDEO: Escute as conversas gravadas pelo A Notícia

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Por enquanto, de acordo com o diretor do Deap, Leandro Soares Lima, o trabalho se concentra na tentativa de identificar vozes, apelidos e nomes mencionados nos diálogos. São 20 horas de gravações, feitas durante as noites no período entre 27 de março e 2 de abril.

MURAL: O que você acha da postura que o Estado adotou até agora sobre o uso de celulares dentro dos presídios?

– É preciso paciência porque são áudios extensos. Pode haver detalhes que passam despercebidos, mas são de grande importância para a nossa análise. Com apuração detalhada, podemos nos valer de informações importantes na decisão de providências.

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Medidas imediatas para impedir o uso de celulares nas cadeias, no entanto, não são reveladas pelo Deap.

– Faríamos um desfavor à sociedade de fosse anunciada qualquer atitude que alertasse para uma ação -, alega Leandro.

No Presídio Regional de Joinville, também não há notícia de qualquer operação pente-fino desde que o esquema de conversas telefônicas veio à tona. O diretor da unidade, Cristiano Teixeira da Silva, justifica que ainda espera determinações do Deap.

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Ouvindo as gravações, Cristiano também tenta identificar quem seriam os presos joinvilenses nos diálogos.

– Ainda não conseguimos confirmar apelidos nem ter certeza de quem são as vozes. Mas, pelos assuntos e gírias, realmente são pessoas que conhecem a realidade do presídio -, acredita.

Algumas expressões usadas nos diálogos, como a de um gravado no dia 27 de março, em que um homem que se diz preso em Joinville afirma ter conseguido cem gramas de maconha com um “amarelinho” fora da cadeia, também são um ponto de interrogação para o diretor.

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– Eles têm uma linguagem própria, sabemos alguma coisa. Nesse caso, pode estar se referindo a alguém que use uniforme amarelo, mas não é uma certeza -, analisa ele.

Segundo o diretor, o clima é tranquilo no Presídio Regional, apesar da repercussão do caso.

O governador Raimundo Colombo (PSD) informou nesta quarta, por meio da sua assessoria de imprensa, que o assunto deve ser tratado pela Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania. A secretária Ada de Luca, também por meio de sua assessoria, afirmou nesta quarta que já se manifestou sobre o assunto na segunda-feira.

Nesta quarta, o deputado Darci de Matos (PSD) informou que protocolou pedido endereçado ao governador Colombo e à secretária Ada de Luca em que cobra a instalação urgente de bloqueadores de celular nos presídios e penitenciárias do Estado.

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