A intervenção da corregedoria do Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap) na apuração dos abusos cometidos contra um grupo de presos começou cedo na manhã de segunda-feira no Presídio Regional de Joinville.
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Quatro funcionários da corregedoria chegaram à unidade por volta das 7 horas e passaram o dia no presídio. Lá, fizeram contato com os agentes envolvidos na operação pente-fino do dia 18 de janeiro e buscaram informações que apontem as circunstâncias em que as agressões ocorreram.
A delegada Carolini de Campos Vicente, responsável pela apuração do Deap, confirma o afastamento de pelo menos 14 agentes prisionais. Do grupo afastado, há servidores que atuam em outras cidades catarinenses.
A corregedoria não confirma quantos são de Joinville. Estão no alvo da sindicância os servidores que aparecem nas cenas registradas por uma câmera do circuito interno do presídio. Imagens mostram que os detentos são agredidos com bombas de efeito moral, balas de borracha e gás de pimenta.
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Os agentes devem continuar desligados das funções pelo menos até que a sindicância seja concluída. Funcionários do Presídio Regional estão proibidos de comentar o episódio. A investigação criminal do caso, que está sob responsabilidade do delegado Fábio Estuqui, titular da DP no bairro Itinga, só deve avançar a partir de amanhã.
É quando o delegado deve ouvir o diretor interino do presídio, Jacson Jony Soupinski, e outros agentes penitenciários que estavam de plantão no dia 18. A intenção era ouvi-los hoje, mas o interrogatório foi remarcado para coincidir com a escala de plantão daqueles mesmos profissionais.
A Polícia Civil teve acesso às imagens de outras câmeras instaladas no pátio do pavilhão 4 mas, segundo o delegado, os vídeos não registraram a ação dos agentes e serão desconsiderados na investigação.
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– As imagens que mostram a agressão são mesmo aquelas já divulgadas -, explica.
Segunda-feira, Fábio Estuqui ainda não havia recebido a relação de agentes escalados para o pente-fino do dia 18. O prazo de resposta do Deap, diz ele, é de dez dias – a intimação ocorreu na sexta-feira.
De acordo com o diretor do Deap Leandro Lima, as investigações estão por conta da corregedoria da Secretaria de Justiça e Cidadania. A sindicância aberta no sábado para apurar os fatos deve ser concluida em 30 dias. Os servidores estão sendo ouvidos pela comissão. Cada agente será punido individualmente de acordo com os atos cometidos.
– Os servidores podem ser afastados ou realocados em outras unidades de acordo com a gravidade. O importante é identificar as imagens e individualizar a ação de cada agente -, acrescentou.
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