A longa ausência da seleção masculina de basquete nos Jogos – a última Olimpíada foi a de Atlanta, em 1996 – pode desencorajar quem acredita na disputa por medalhas pelo Brasil. Mas a evolução da equipe desde a chegada do treinador argentino Ruben Magnano permite colocá-la entre as candidatas a um lugar no pódio em Londres.
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Magnano é um especialista. Guiou a Argentina ao vice-campeonato mundial em 2002 e ao ouro em Atenas/2004. No comando do Brasil, interrompeu uma sequência de fracassos em momentos decisivos – vide a conquista da vaga no Pré-Olímpico do ano passado, torneio em que chegou a bater a própria Argentina, anfitriã.
O técnico enfatizou a importância do sistema defensivo e fez com que o Brasil trabalhasse a bola no ataque com mais paciência, abandonando o estilo de arremessos rápidos que caracterizou a geração de Oscar. Assim, deu competitividade a um time cheio de bons valores, como Nenê, Anderson Varejão, Leandrinho, Tiago Splitter e Marcelinho Huertas.
Balanço positivo após série de amistosos
Na Olimpíada, o Brasil estreia no domingo, contra a Austrália – rival derrotado por 87 a 71 no penúltimo amistoso preparatório. Já em Londres, a equipe jogará contra a Tunísia na quinta-feira. A partida encerrará uma série de 11 amistosos. Até o momento, o aproveitamento é de 70%. As únicas derrotas foram para os EUA (com diferença de 11 pontos), eternos favoritos, e as fortes Argentina e França (para ambos, perdeu por quatro pontos).
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Histórico de medalhas do Brasil
1 Prata
1996: Feminino
4 Bronzes
1948: Masculino; 1960: Masculino;
1964: Masculino; 2000: Feminino
Estrelas do basquete brasileiro
A seleção aposta na liderança e na experiência de quatro jogadores da NBA: Nenê, do Washington Wizards, Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers), Leandrinho (Indiana Pacers) e Tiago Splitter (San Antonio Spurs).
Outro destaque é o armador Marcelinho Huertas, do Barcelona, da Espanha.
O técnico também merece os holofotes: Ruben Magnano conduziu a seleção de seu país, a Argentina, ao título olímpico em Atenas/2004. O time bateu os gregos nas quartas de final, os EUA nas semifinais e a Itália na decisão.
Osso duro para as mulheres
A geração espetacular dos anos 1990, de Hortência, Paula e Janeth, já era. A seleção feminina de basquete chega a Londres com um time totalmente renovado e em um período de transição, algo reconhecido pelo próprio técnico Luiz Cláudio Tarallo.
Um dos destaques é a pivô Erika, que atua no Atlanta Dreams, dos EUA, assim como a promissora ala Damiris, 19 anos, do Minnesota Lynx. Não há adversário fraco no grupo do Brasil, logo, a seleção terá que jogar muito para avançar e tentar fugir do cruzamento com os EUA.
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Como é a competição olímpica
As 12 equipes do masculino e do feminino são divididas em dois grupos de seis. Os quatro primeiros colocados de cada chave passam às quartas de final e, a partir daí, os jogos são eliminatórios.
No masculino, o Brasil está no Grupo B, com Austrália, China, Espanha, Grã-Bretanha e Rússia.
No feminino, o Brasil está no Grupo B, com Austrália, Canadá, França, Grã-Bretanha e Rússia.
Onde
Na fase classificatória, os jogos serão disputados na arena de basquete do Parque Olímpico. A partir das quartas de final, a competição passa à North Greenwich Arena.
Quando
Os jogos de basquete serão disputados de 28 de julho a 12 de agosto.
Os inimigos do time masculino na primeira fase
Austrália
Ranking da FIBA: 9°
Em Pequim/2008: 7° lugar
Melhor resultado em Olimpíada: 4° lugar em 1988, 1996 e 2000
Classificou-se na eliminatória mais simples do mundo, a da Oceania – só precisou vencer a Nova Zelândia em uma melhor de três.
China
Ranking da FIBA: 10°
Em Pequim/2008: 8° lugar
Melhor resultado em Olimpíada: 8° em 1996, 2004 e 2008
Sem sua grande referência, Yao Ming, aposentado, o time se apoia no outro chinês da NBA, Jianlian Yi, do Dallas Mavericks.
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Grã-Bretanha
Ranking da FIBA: 43°
Em Pequim/2008: não participou
Melhor resultado em Olimpíada: 20° lugar em 1948
A seleção britânica foi reagrupada em 2005, quando as federações de Inglaterra, Escócia e País de Gales decidiram juntar forças.
Rússia
Ranking da FIBA: 11°
Em Pequim/2008: 9° lugar
Melhor resultado em Olimpíada: como país independente, 8° lugar em 2000. Nos tempos de URSS, foi ouro em 1972 e 1988
A Rússia é uma das boas seleções europeias e foi a melhor no Pré-Olímpico Mundial. Ex-jogador do Utah Jazz, o ala-pivô Andrei Kirilenko, atualmente no CSKA Moscou, é o principal nome da equipe. O pivô Mosgov atua no Denver Nuggets.
Espanha
Ranking da FIBA: 2°
Em Pequim/2008: medalha de prata
Melhor resultado em Olimpíada: prata em 1984 e 2008
A Espanha foi campeã mundial em 2006 e vice na Olimpíada de Pequim, em 2008. É a segunda força, atrás só dos EUA (atuais campeões olímpicos e mundiais). As principais estrelas são os irmãos Pau e Marc Gasol (o primeiro do Los Angeles Lakers, e o segundo, do Memphis Grizzlies) e Serge Ibaka (Oklahoma City Thunder).
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A NBA em Londres
36 atletas que jogam na NBA, a liga norte-americana, participarão da Olimpíada de Londres. Confira os times com mais representantes:
San Antonio Spurs 6
Manu Ginobili (Argentina), Patrick Mills (Austrália), Tiago Splitter (Brasil), Nando de Colo (França), Tony Parker (França) e Boris Diaw (França)
Oklahoma City Thunder 4
Serge Ibaka (Espanha), Kevin Durant (EUA), Russel Westbrook (EUA) e James Harden (EUA)
New York Knicks 3
Pablo Prigioni (Argentina), Carmelo Anthony (EUA) e Tyson Chander (EUA)
Portland Trail Blazers 3
Victor Claver (Espanha), Nicolas Batum (França) e Joel Freeland (Grã-Bretanha)
Toronto Raptors 3
Jose Calderón (Espanha), Linas Kleiza (Lituânia) e Jonas Valanciunas (Lituânia)