De vendedor de picolé e garçom em Chapecó (SC) para o glamour de badalados desfiles de moda em São Paulo, Rio de Janeiro, Milão e Hong Kong. Esta é a trajetória de Leonardo Windlin, 18 anos, que há três saiu de Santa Catarina para tentar a carreira de modelo na capital paulista.
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Leonardo sempre quis ter independência e o seu próprio dinheiro. Por isso resolveu enfrentar o desafio, apesar do receio da mãe, Lourdes Windlin. Quando tinha 13 anos ele foi abordado na saída da escola pública onde estudava, no bairro Santa Maria, por uma mulher que era “caça-talentos”. Na primeira investida não quis saber da história de ser modelo. Tempos depois, recebeu novo convite e resolveu topar o desafio de entrar nesse concorrido mercado.
Antes de começar o trabalho teve de fazer um tratamento de sete meses para reduzir as espinhas no rosto. Mesmo assim, antes dos desfiles precisa abdicar do prazer do chocolate. A mudança de uma cidade com 180 mil habitantes para outra onde vivem cerca de 11 milhões de pessoas não foi a etapa mais difícil dessa nova vida.
– É a melhor cidade (São Paulo) para morar, pois gosto do barulho, do movimento – comenta.
Quem mais sofreu foi a mãe do modelo, que nos primeiros tempos chegou a ficar seis meses sem ver o filho. Para diminuir a conta de telefone, a funcionária pública teve de instalar internet em casa e passou a utilizar o MSN.
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O adolescente Leonardo, que precisava de autorização judicial para viajar, passou a se deslocar sozinho. Também aprendeu a cozinhar, lavar e passar roupa. Sua primeira agência foi a Mônica Monteiro, de São Paulo. O agente, com quem está até hoje, é Júlio Pilares.
Aos 15 anos, fez seu primeiro trabalho, para a marca Cavalera. No ano seguinte, aos 16, foi para Milão, pela agência L’uomo Elite, onde fez um desfile para a Prada. Mais um ano, e retornou a Milão. Fez ainda desfiles no São Paulo Fashion Week e no Fashion Rio, além nas cidades asiáticas de Singapura e Hong Kong. Seus principais trabalhos foram para consagradas marcas, entre elas Gucci, TNG, Colcci e Ellus.
Como não sabia falar inglês, seus primeiros contatos no Exterior foram por mímicas. A orientação era por meio de anotações. Agora já fala italiano e inglês, mesmo sem ter concluído a oitava série do ensino fundamental, devido às viagens.
– Pretendo fazer um supletivo – diz modelo, para quem a rotina de ir e vir para lugares diferentes não é problema, porque adora viajar.
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Na próxima sexta-feira, ele retorna para São Paulo, onde atualmente trabalha para a agência Ello. A partir de maio, fará um circuito internacional em Paris, Milão, Londres e Tóquio. Leonardo conta que no início pensou até em desistir da carreira, pois era muito ansioso e não via resultados imediatos. Mas agora a profissão começou a dar retorno.
– Quero provar que eu posso para os que duvidavam de mim – desafia.
Pensando além das passarelas, tem desejos de fazer um curso de teatro ou trabalhar para programas de televisão fora do Brasil.