Américo Ribeiro Tunes, superintendente estadual do Ibama em Santa Catarina, detido pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira, tem uma trajetória longa dentro do órgão ambiental e do Ministério da Pesca.

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Tunes foi superintendente estadual do Ibama em pelo menos três oportunidades. A primeira foi entre 1989 e 1991, a segunda entre 2008 e 2010 e a a tual gestão iniciou em fevereiro de 2014. Em 2008, foi indicado pelo diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Catarina. Na época, ele era do quadro do Ibama e filiado ao PT. Tunes atuava como analista ambiental e tem formação em biologia.

Nesta atual gestão à frente da superintendência do Ibama, Tunes ocupava o cargo como indicado do PT em Santa Catarina. Antes de chegar à presidência nacional do Ibama, o catarinense também atuou como diretor do órgão. Em abril de 2010, foi nomeado diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas.

Em 2010, ele assumiu interinamente a presidência nacional do Ibama, depois que Abelardo Bayma havia pedido demissão. Na época, a ministra do Meio Ambiente era Izabela Teixeira. Segundo nota de Moacir Pereira na época, a então ministra Ideli Salvatti, também de Santa Catarina, tentava efetivar Tunes no cargo, o que não ocorreu. Por isso, em 2011, foi nomeado secretário de Monitoramento e Controle de Pesca e Aquicultura do Ministério da Pesca pela então ministra Ideli Salvatti, que coordenava a pasta.

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Antes de deixar a presidência do Ibama, em 2011, Tunes assinou a licença parcial de liberação das polêmicas obras da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. A autorização permitia a supressão de vegetação de 238 hectares de área. Com isso, o consórcio responsável pela obra pôde instalar o canteiro industrial e a área de estoque de solo e madeira.

Em maio de 2015, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região condenou Tunes por improbidade administrativa a pagar multa equivalente a cinco vezes o seu rendimento mensal. Segundo o tribunal, “a Justiça Federal de Criciúma determinou que a União e o Ibama fiscalizassem e combatessem de forma efetiva a pesca predatória no litoral sul catarinense, mas alguns dias depois o réu, utilizando-se de suas atribuições, editou e publicou uma portaria que deixou mais flexível as regras para a pesca, permitindo a utilização de rede fixada por âncora, instrumento até então proibido”.

Durante a detenção na manhã desta quinta-feira, Tunes não quis se manifestar quando questionado pela imprensa.

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