A cantora Jojo Toddynho vem se envolvendo em uma série de polêmicas, que começaram após ela declarar ser uma “mulher preta de direita”, em setembro deste ano. Foi aí que internautas começaram a apontar um contraste entre o atual posicionamento político da cantora e as músicas de sucesso dela, que fazem referências à comunidade LGBTQIA+.

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Depois disso, após um suposto cancelamento do contrato com uma marca de cosméticos por parte de Jojo, bolsonaristas promoveram um boicote à empresa no X, por meio da hashtag “BoicoteAvon”, que ficou em destaque. Agora, a nova polêmica é a saída dela da escola Mocidade Independente de Padre Miguel, que ela diz ter sido por escolha própria, por conta de uma cirurgia estética nas pernas.

Posição política e pink money

A confusão relacionada ao posicionamento político de Jojo teve início quando ela publicou uma foto ao lado de Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Foto ao lado de Michelle, símbolo para muitos conservadores, gerou polêmicas (Foto: Redes sociais, Reprodução)

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Após a publicação da foto, a funkeira, que possui músicas como “Que tiro foi esse” (com versos como “Que tiro foi esse, viado/ Que tiro foi esse que ‘tá um arraso’”) e “Arrasou, viado”, foi questionada pelos internautas. A discussão é que a cantora, que diz que quer se candidatar a algum cargo político no pleito de 2026, teria se beneficiado financeiramente de uma temática que é associada à esquerda, no âmbito político.

Jojo também apagou o videoclipe de uma música em que aparecia com um maiô nas cores do arco-íris, símbolo da comunidade LGBTQIA+.

— Qual foi a bandeira que eu levantei? Pedir respeito não é levantar bandeira. Respeito é um dever de todos. Ninguém é obrigado a gostar, mas respeitar todo mundo é obrigado […] Em momento algum quis me aproveitar de comunidade, de bandeira, nunca me aproveitei de ninguém, porque se eu me aproveitasse das pessoas eu estava além do que eu estou hoje — rebateu a cantora, na ocasião.

Na internet, as pessoas afirmaram que Jojo teria desfrutado do chamado pink money. Dados do Google Trends evidenciam, inclusive, que as pesquisas do termo associadas ao nome da funkeira tiveram um aumento nos últimos dias.

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O potencial de consumo a partir de pessoas LGBTQIA+ é chamado de pink money. Há muitas críticas a empresas e outros artistas que promovem os trabalhos e enxergam a abordagem apenas como uma oportunidade financeira.

A deputada Erika Hilton (Psol-SP) tem batido de frente com Jojo em relação ao assunto, por ser uma das ativistas referência na causa no Brasil.

— Temos visto constantemente a nossa comunidade ser usada de trampolim para a fama de quem não tem compromisso com nossas próprias vidas. E agora, isso chegou na política. Diz que ama as LGBTQIA+, mas se lança na política se aliando com quem quer nos matar — afirmou a parlamentar no Instagram.

Lucas Souza, ex-marido de Jojo, também contribuiu para a polêmica.

— Depois que usou e abusou vai cair fora! Eu avisei — disse ele aos seguidores da cantora.

Ele já havia afirmado que a funkeira “não gostava de gays”, e tirava vantagem do público somente para ter fama e engajamento.

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Veja fotos de Jojo Toddynho

Cancelamento de contrato e boicote à Avon

Em outubro, bolsonaristas fizeram uma tentativa de boicote à empresa de cosméticos, por meio da hashtag “BoicoteAvon”, no X. Em teoria, a marca teria colocado fim ao contrato com Jojo após as declarações políticas e a relação conturbada com a comunidade LGBTQIA+.

Segundo a Avon, o contrato com Jojo, até agora, não foi rompido, e tem validade até o fim do ano. Ao ser questionada sobre a renovação, a empresa afirmou ao O Globo que a diretoria avalia “todos os contratos” antes de renovar para o próximo ano.

No X, usuários afirmavam que, se “Jojo Todynho não é aceita pela Avon por suas opiniões de direita, a direita também boicotará a marca”. Durante o dia, no entanto, a hashtag foi tomada por pessoas que criticavam a cantora. “Estamos com a Avon, bolsonaristas homofóbicos estão querendo boicotar essa grande marca dos gays e jamais vamos permitir”, escreveu um internauta.

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Por meio da assessoria, Jojo se pronunciou sobre o assunto: “O contrato de Jojo Todynho com a Avon se encerra em dezembro. Sua presença em novas campanhas da marca está sendo analisada e discutida pela diretoria”.

A funkeira assinou o contrato com a marca no começo do ano para promover um produto, mas, desde abril, não aparece nas campanhas da empresa.

Saída da Mocidade

Após anunciar a saída da Mocidade Independente de Padre Miguel, Jojo retornou ao Instagram nessa segunda-feira (4) para garantir que pode voltar à agremiação quando quiser.

— Eu não vou desfilar ano que vem porque não sei ainda se vou operar ou não. E quem decide se vou desfilar ou não, são o patrono e a escola. Aliás, ele já sabia que eu não iria desfilar porque eu já havia falado para ele no dia em que o encontrei no dia da apresentação do samba — disse a cantora, que integrou uma disputa com um enredo para a escola para o Carnaval 2025.

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De acordo com ela, a decisão de não desfilar como musica no próximo carnaval foi dela, uma vez que deve fazer uma cirurgia estética nas pernas. Mesmo assim, a posição dela na escola está garantida, segundo a cantora.

— Bebê, se ano que vem eu quiser ser musa lá, eu vou ser. Para 2025, 2026, 2027, 2028, 2029… porque quem me convidou ano passado [para o Carnaval de 2024] foi o patrono. Vocês entenderam? — pontuou ela no Instagram.

O título de patrono da escola, até então, era do contraventor Rogério Andrade. Ele foi preso no dia 29 de outubro por suspeita de envolvimento na morte de Fernando Iggnácio. Ele era ex-genro de Castor de Andrade, que é tio de Rogério e antigo chefe do jogo do bicho no Rio de Janeiro.

Vinte dias antes da prisão, o presidente Flávio da Silva Santos, o Flávio da Mocidade, havia sido preso em flagrante em uma operação relacionada às investigações da morte de Fábio Romualdo Mendes. Conforme apurou o g1, Flávio seria o braço direito de Rogério, e Romualdo, ligado ao jogo do bicho, foi morto por desavenças na contravenção.

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*Sob supervisão de Luana Amorim

**Com informações de O Globo e Revista Quem

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