Um “tuitaço” promovido por entidades, ONGs e defensores dos direitos indígenas teve participação de personalidades famosas no Twitter. Nomes como Alok, Paolla Oliveira, Mateus Solano e Felipe Andreoli se manifestaram contra o “marco temporal”, que estava marcado para ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (23).
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O “marco temporal” começou a ser julgado pelo STF em agosto de 2021 e prevê que os índios só podem reivindicar a demarcação de terras caso já estivessem nelas antes da data de promulgação da Constituição de 1988.
A votação foi interrompida em setembro de 2021 após o ministro Alexandre de Moraes pedir mais tempo para analisar o caso. No dia 2 de junho deste ano, o ministro e presidente do STF, Luiz Fux, decidiu retirar a pauta que daria continuidade ao julgamento.
Até o momento, dois ministros votaram, Edson Fachin, que votou contra o marco temporal e o ministro Nunes Marques, que votou a favor.
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#MarcoTemporalNão
Pelo Twitter as hashtags #MarcoTemporalNão e #JustiçaParaBrunoeDom começaram a ser usadas pelos internautas desde as 10h pedindo que a pauta volte a ser julgada e que o Supremo vote contra a medida. “Pedimos que o STF diga NÃO a esse atentado contra o direito dos povos originários de existirem em território brasileiro”, escreveu Alok.
Fico muito apreensivo com os constantes adiamentos do STF quanto ao julgamento do Marco Temporal, ainda mais agora quando as consequências brutais da falta de defesa dos territórios indígenas se mostram com tanta evidência!
— Alok (@alokoficial) June 23, 2022
Pedimos que o STF diga NÃO a esse atentado contra o direito dos povos originários de existirem no território brasileiro. #MarcoTemporalNão #JustiçaParaBrunoeDom
— Alok (@alokoficial) June 23, 2022
A atriz Paolla Oliveira reforçou o pedido de que o assunto volte para a pauta e que o STF vote contra o marco temporal.
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Hoje aconteceria o julgamento do Marco Temporal, que foi retirado de pauta pelo STF. Pedimos que ele volte para a pauta! STF diga NÃO a esse atentado contra o direito dos povos originários de existirem no território brasileiro. #MarcoTemporalNão #JustiçaParaBrunoeDom #ForaXavier
— Paolla Oliveira (@paolla) June 23, 2022
“A história dos povos originários não começa em 1988!”, mencionou o ator Mateus Solano em uma das publicações.
Hoje, aconteceria o julgamento do Marco Temporal, que foi retirado de pauta pelo STF. Pedimos que ele volte para a pauta! STF diga NÃO a esse atentado contra o direito dos povos originários de existirem no território brasileiro. #MarcoTemporalNão #JustiçaParaBrunoeDom #ForaXavier
— Mateus Solano (@mateusolano) June 23, 2022
A história dos povos originários não começa em 1988! STF diga NÃO a esse atentado contra o direito dos povos originários de existirem no território brasileiro. #MarcoTemporalNão #JustiçaParaBrunoeDom #ForaXavier
— Mateus Solano (@mateusolano) June 23, 2022Continua depois da publicidade
O jornalista e apresentador Felipe Andreoli reforçou o pedido de que o Supremo vote contra o “atentado contra o direito dos povos originários”.
Hoje aconteceria o julgamento do Marco Temporal que foi retirado de pauta pelo STF. Pedimos que ele volte para a pauta! STF diga NÃO a esse atentado contra o direito dos povos originários de existirem no território brasileiro #MarcoTemporalNão #JustiçaParaBrunoeDom #ForaXavier
— @andreolifelipe (@andreolifelipe) June 23, 2022
Na manhã desta quinta, defensores e índios se reuniram no Parque Ibirapuera, em São Paulo, contra o marco temporal e pedindo justiça para Dom e Bruno, encontrados mortos na última semana.
O povo Guaraní já está aqui no monumento às bandeiras no Ibirapuera na luta contra o marco temporal, e pedindo justiça para Dom e Bruno e exigindo a saída do presidente da funai, Marcelo xavier. #MarcotemporalNão #foramarceloxavier #JusticaPorDomEBruno pic.twitter.com/1PwBSzrKVB
— Mídia Guarani Mbya (@MbyaMidia) June 23, 2022Continua depois da publicidade
Greenpeace abre petição contra
A ONG Greenpeace abriu uma petição contra o marco temporal e alega que a “ideia é inconstitucional, uma vez que desrespeita a decisão da sociedade brasileira que reconheceu aos povos indígenas os direitos originários sobre os territórios que ocupam sem qualquer menção a datas ou períodos de tempos específicos”.
Até a publicação desta matéria a petição estava com mais de 75 mil assinaturas.
A discussão do marco temporal coloca ruralistas e povos originários em lados opostos. O governo Bolsonaro é favorável à tese.
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