Durante o verão elas trocam o salto alto e os hidratantes perfumados por rasteirinhas e protetor solar. Nas areias da Praia Brava de Itajaí um grupo de meninas uniformizadas e de biquíni enfrenta as altas temperaturas da estação para divulgar clubes e casas noturnas do Litoral Norte. Promoter há nove anos, Jéssica Soares, 26 anos, já trabalhou praticamente em todas as baladas da região e não se imagina em outro emprego. Para ela, o bom promoter deve ter força de vontade se quiser se dar bem no ramo, especialmente durante a temporada. Simpatia, beleza e poder de convencimento também estão entre as qualidades necessárias.

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– Tem que gostar mesmo porque é cansativo. No verão tem que ter muita vontade para trabalhar. Não é fácil caminhar na areia quente e não são todas as empresas que pagam bem – conta.

Trabalhando praticamente todos os dias durante o verão, as promoters Elizama Bernardino, 22, Chaiana Hoffmann, 18, e Bruna Bragagnolo, 24, encaram o trabalho com disposição e bom humor. Mas levam a sério o que fazem. Na preparação das meninas, muita academia e dieta para manter o corpo.

– A gente até brinca que não trabalha, se diverte – dizem.

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Nas areias o movimento das meninas – e de alguns rapazes – que distribuem os panfletos acaba chamando a atenção dos visitantes. A bacharel em Direito Raísa Antunes, 24 anos, recebeu três divulgações diferentes nos primeiros 15 minutos no local e já chegou a decidir o rumo da noite baseada nas propagandas.

– Acho muito válido, temos muitos turistas por aqui então é importante que eles conheçam as opções da região – considera.

Os amigos André Fauth, 26, e Carlos Castanhara, 25, também aprovam o trabalho nas areias. Para eles nada melhor para completar o clima de praia do que mulheres bonitas desfilando de biquíni e falando sobre festas.

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– Adoramos as mulheres de biquíni, mas não gostamos dos homens sarados – brinca Castanhara.

Por trabalhar de biquíni, as meninas acabam chamando atenção por onde passam e algumas vezes são obrigadas a lidar com o assédio dos homens. Experiente, Jéssica aprendeu a usar o jogo de cintura para contornar este tipo de situação e evitar maiores constrangimentos.

– A gente acaba se acostumando, não podemos ser mal-educadas, nem dar muita corda. Tem que saber levar e manter a postura- afirma.

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Famai fiscaliza panfletagem

A superintendente da Fundação do Meio Ambiente de Itajaí (Famai), Rogéria Santos de Gregório, explica que a panfletagem nas praias é autorizada mediante solicitação. A fiscalização da atividade é feita pela Famai e pela Secretaria de Urbanismo de Itajaí, de acordo com instrução normativa publicada em 2003. Rogéria explica que a limpeza dos restos deixados pelos visitantes deve ser de responsabilidade dos restaurantes da praia. Para o secretário de Urbanismo, Paulo Praun Cunha Neto, o maior problema relacionado à distribuição de folhetos é a falta de conscientização de quem recebe e acaba deixando os panfletos jogados pela praia.

– As pessoas geralmente acabam jogando no chão. Ninguém deveria fazer isso, mas infelizmente ainda acontece – diz.