O ano de 2014 é de Olimpíada. Ainda que a maioria dos brasileiros não esteja acostumada, os Jogos de Inverno movimentam um grande número de atletas em esportes que não são vistos habitualmente por aqui. Um dos principais nomes brasileiros nas modalidades de neve é Isabel Clark, que já participou de duas Olimpíadas e pode ir para a sua terceira edição em Sochi, na Rússia – entre os dias 7 e 23 de fevereiro.

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A paixão, que surgiu em 1993, em uma estação da Califórnia ao seguir os passos do irmão, virou profissão. Em busca do seu melhor resultado, Isabel diz que os Jogos, assim como nos esportes de verão, são o grande objetivo dos atletas.

– É uma experiência diferente de todas as outras competições. O evento em si é magnífico, e a competição também, se torna o evento mais importante que um atleta pode competir – disse Isabel, em entrevista a Zero Hora.

A competidora do Snowboard Cross confia em um bom desempenho pessoal por ter mais experiência, mas admite que é pouco provável que o Brasil conquiste alguma medalha na Rússia devido ao número reduzido de atletas na delegação.

– A primeira vez era tudo novo, mas consegui me preparar bem nos dias do evento. A segunda vez já havia tido a experiência de Torino, mas fui pega de surpresa em alguns aspectos. Quero chegar em Sochi, na Rússia, com o aprendizado dos dois Jogos que participei e preparada para tudo. É bem difícil (o Brasil conquistar medalhas), devido à pouca quantidade de atletas, mas não é impossível.

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Curiosamente, até as competições nacionais são disputadas fora do Brasil. Como é difícil manter locais apropriados para a prática desses esportes no calor tropical, os eventos são realizados no Chile. Isabel Clark afirma que passa quase todo o ano longe do país natal.

– Eu fico quase o ano todo fora do Brasil. Entre as temporadas, quando o foco é a preparação física, são as épocas que estou no Brasil, cerca de três meses por ano. O resto estou ou no Chile, ou no hemisfério norte, seguindo o circuito da Copa do Mundo.

A PALAVRA DO PRESIDENTE

Zero Hora conversou também com Stefano Arnhold, presidente da Confederação Brasileira de Desportes na Neve (CBDN). O dirigente admite que é necessário incentivar a prática dos esportes gelados desde a infância para equiparar o Brasil com as grandes potências mundiais.

– Uma vez definidas as características físicas e fisiológicas de cada uma de nossas mais de 20 modalidades esportivas, pode-se selecionar atletas de outras modalidades, mas quanto mais jovem a iniciaçãoo, em geral maiores os resultados.

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Apesar da dificuldade em conseguir destaque no cenário internacional, Arnhold espera o melhor resultado brasileiro na história dos Jogos de Inverno em Sochi.

– Temos a expectativa de realizar a melhor Olimpíada de todos os tempos e a nossa primeira participação em paraolimpíadas de inverno já em duas modalidades esportivas. Nosso objetivo é conquistar, em pelo menos 70% das provas, o melhor resultado em Jogos Olimpicos de Inverno de todos os tempos.