Santa Catarina vive um momento delicado em relação à pandemia. São mais de confirmados 400 mil casos de covid-19, sendo que 29 mil são pessoas com potencial de transmissão do vírus. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES), que vê aumentar também o número de mortos pela doença. Com a chegada da temporada de verão, o desafio de conscientizar quem mora aqui e quem vem de fora é tarefa importante para que a situação não se agrave.
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Essa problemática, que envolve o poder público e a população em geral, é tema do último painel do “De Olho no Verão”. A transmissão será nesta sexta-feira (18), às 13h30min no site do G1 SC. Além da conscientização para a temporada, foram debatidas as situações de turismo, comércio e setor de eventos com objetivo de apresentar soluções. Os debates contaram com a presença de autoridades e especialistas, com mediação e participação de jornalistas dos veículos da NSC.
O projeto teve outras edições em 2015 e 2017, levantando questões sobre a capacidade das cidades catarinenses em se estruturarem para receber os turistas. Em meio à pandemia, o desafio se torna maior. Além da recepção aos visitantes, os municípios têm de estabelecer medidas para combater o avanço da Covid-19.
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Para propor medidas práticas, a NSC investe no conceito de Jornalismo de Soluções, que busca bons exemplos já adotados para determinados problemas. Neste ano, o objetivo é apresentar sugestões que sejam aplicáveis à realidade catarinense.
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Desrespeito às regras
Flagrantes de descumprimento das medidas sanitárias têm sido recorrentes em SC. Um dos casos que ganhou repercussão nacional aconteceu no feriado de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro na Praia do Rosa, em Imbituba. Em imagens compartilhadas nas redes sociais, é possível ver centenas de pessoas na faixa de areia, muitas delas sem máscara. A permanência na faixa de areia era proibida na ocasião.
Festas clandestinas também são registradas com frequência. No último final de semana, houve flagrantes deste tipo de evento em Lages, Campo Belo, Balneário Camboriú e Indaial. Outra ação registrada regularmente pela fiscalização são as aglomerações em bares. Em ambos o público, em sua maioria, é o de jovens.
Em Santa Catarina, as pessoas da faixa etária entre 30 e 39 anos representam o maior número de casos confirmados de Covid-19. Segundo especialistas, a falta de experiência de vida tem muito a ver com esse comportamento.
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— Os jovens ainda não passaram a ter consciência da dor, da perda, da morte […] não basta a gente entender a emoção do outro se nós não agirmos. Precisamos levar essa empatia para a prática — comentou a psicólogo em entrevista à NSC TV. Para ela, é necessário entender a emoção do outro para que se coloque a empatia em prática.
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Uma ação neste sentido ganhou repercussão nas redes sociais. A campanha do governo do Ceará é ambientada em um velório e mostra a despedida de uma filha ao pai, que morreu vítima da Covid-19. “O meu amigo secreto é daqueles que espalham alegria. Contagiava todo mundo ao redor dele. Só que hoje ele não está aqui, porque fui eu que contagiei ele”.
Para o epidemiologista e coordenador do Programa de Pós Graduação em Ciência da Saúde da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Jefferson Traebert, é necessário mostrar que a pandemia não acabou.
— As pessoas precisam entender que continua sendo uma situação de exceção.Temos que seguir o que as autoridades e a ciência nos dizem. Continuar fazendo uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento social. Até que haja uma cobertura vacinal segura é necessário manter as medidas — afirma.
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Em sua visão, as campanhas devem evidenciar os regramentos impostos pelo governo para que se evite aglomerações, festas clandestinas e que nas praias exista um distanciamento entre as pessoas.
E a necessidade de medidas se mostra cada vez mais urgente pela proximidade das festas de fim de ano e do início oficial do verão. O comandante da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), o coronel José Evaldo Hoffmann Júnior, conta que desde o feriado de Finados já é notado um aumento de quase 20% nas rodovias estaduais em relação ao ano passado.
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— Com base nestas constatações, avaliamos que durante a temporada de verão a tendência será de aumento no fluxo entre 10% e 20% em relação ao ano passado. Por óbvio que as condições climáticas e os desdobramentos da pandemia poderão influenciar na oscilação dos números — disse.
Segundo Hoffmann, a PMRv já faz o policiamento pensando nestas variáveis e contemplando os postos que possuem rodovias com maior movimento com reforço no policiamento.
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