Os olhos de todo o Brasil estão voltado para as categorias de base. A goleada para a Alemanha e a vexatória queda na Copa do Mundo tiveram como reação um pedido uníssono por um trabalho melhor com as futuras gerações de atletas e por uma reestruturação no futebol.

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Santa Catarina é o berço de importantes atletas. No último Mundial, duas crias dos gramados do Estado fizeram parte do elenco: Ramires (JEC) e Maicon (Criciúma). Para os times daqui, a reestruturação parece ter começado há alguns anos. Avaí, Criciúma, Figueirense e Joinville investem na base.

Clique nos ícones e confira histórias de promessas catarinenses e entrevista com Alexandre Gallo, coodenador da base da Seleção Brasileira.

Apesar das dificuldades financeiras, os resultados têm sido satisfatórios. No ano passado, os Tigrinhos foram finalistas da Copa do Brasil Sub-20. Em julho, o Figueira conquistou o título do mesmo torneio, mas na categoria Sub-15.

Títulos são importantes, mas não são o foco das divisões inferiores. Todos concordam que o objetivo é revelar atletas, que sejam rentáveis para o clube esportiva e financeiramente.

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– O JEC há uma ano e meio fez uma reformulação no departamento de formação. Hoje temos um CT em que podemos alojar 140 atletas. Nosso objetivo é que 60% do elenco principal em 2016 seja formado por atletas da base – explicou o coordenador do departamento de formação, André Leite.

Os clubes buscam informações e métodos para evoluir, mas esbarram no orçamento. Se o time profissional está mal, isso prejudica a base. No entanto, todos entendem que a solução para vários problemas está nos jovens.

– O Avaí não esconde seus problemas financeiros. Mesmo assim, aumentamos o apoio à base. Esse é o nosso melhor momento para a base, temos um trabalho integrado com o profissional, a minha porta abre para a sala do Chico Lins (coordenador de Futebol do Avaí) – garantiu o coordenador da base do Leão, Flávio Roberto.

As famosas peneiras não são mais o principal meio de escolher atletas. A captação de jogadores se tornou algo tão importante quando o trabalho.

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– A captação é o segundo aspecto mais importante da base. O primeiro é o treinamento propriamente dito. O segundo é a captação. Nós damos uma atenção especial à captação, temos hoje um índice bom de atletas formados no clube. Se esse trabalho não for organizado, não dá para melhorar o nível de atletas que já existe no clube – analisa o coordenador de base do Tigre, Armando Desessards.

Os times catarinenses parecem ter aprendido sobre categorias inferiores antes mesmo da eliminação brasileira. O investimento está sendo feito. No entanto, o mais importante é ter paciência. O trabalho é de longo prazo, demorado e silencioso.