Furacões e tufões são fenômenos naturais capazes de deixar um rastro de destruição por onde passam. E enquanto seus ventos ferozes e tempestades violentas já são bastante conhecidos, muitas pessoas se perguntam: como os nomes desses ciclones tropicais são escolhidos? Hoje, esse processo é meticulosamente controlado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), mas o sistema evoluiu ao longo dos séculos.
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Entender esse sistema também significa entender a diferença entre ciclones, furacões e tufões. Um ciclone tropical ocorre quando os ventos ultrapassam os 119 km/h entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio. Dependendo da região onde se formam, esses ciclones podem receber diferentes nomes. Quando se formam no Oceano Atlântico, eles são chamados de furacões e geralmente afetam as Américas Central e do Norte. No Oceano Pacífico, recebem o nome de tufões, afetando regiões da Ásia, Havaí e Oceania.
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Veja imagens dos furacões mais devastadores já registrados
Os furacões mais devastadores da história
Os nomes dos furacões podem parecer uma questão de organização burocrática, mas eles desempenham um papel crucial na comunicação e prevenção de tragédias. Saber como esses fenômenos são nomeados é entender uma pequena parte da preparação global para enfrentá-los.
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Ao longo da história, vários furacões deixaram marcas profundas nas regiões que atingiram. Katrina (2005) é talvez o mais famoso, tendo devastado Nova Orleans, nos Estados Unidos. Outros furacões notáveis incluem Irma (2017), que destruiu partes do Caribe e da Flórida, e Patrícia (2015), o furacão mais forte registrado no Hemisfério Ocidental e que impactou, principalmente, o México.
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Afinal, como os nomes são escolhidos?
Atualmente, existe uma lista com 126 nomes de furacões para o Oceano Atlântico, e a escolha é feita pelo comitê da OMM, com sede em Genebra, na Suíça. Esses nomes são selecionados de acordo com as línguas mais faladas nas regiões que sofrem com esses fenômenos – inglês, espanhol e francês – e a lista é revisada a cada seis anos, com os nomes sendo alternados entre masculinos e femininos.
Os nomes são escolhidos seguindo a ordem alfabética, com 21 nomes por ano, exceto pelas letras q, u, x, y e z, já que existem poucos nomes iniciados por essas letras. Quando ocorrem mais de 21 furacões em uma temporada, são utilizados nomes do alfabeto grego, como ocorreu em 2005.
A nomeação segue um ciclo de seis anos, o que significa que, teoricamente, um nome pode ser repetido ao longo das décadas. No entanto, nomes de furacões particularmente destrutivos, como Katrina (2005), são retirados da lista como forma de homenagem e respeito às vítimas. Nesses casos, o nome é substituído por outro com a mesma inicial, como Katia, que entrou no lugar de Katrina em 2011.
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Veja a lista dos 126 nomes disponíveis de furacões
2015
- Ana
- Bill
- Claudette
- Danny
- Erika
- Fred
- Grace
- Henri
- Ida
- Joaquin
- Kate
- Larry
- Mindy
- Nicholas
- Odette
- Peter
- Rose
- Sam
- Teresa
- Victor
- Wanda
2016
- Alex
- Bonnie
- Colin
- Danielle
- Earl
- Fiona
- Gaston
- Hermine
- lan
- Julia
- Karl
- Lisa
- Matthew
- Nicole
- Otto
- Paula
- Richard
- Shary
- Tobias
- Virginie
- Walter
2017
- Arlene
- Bret
- Cindy
- Don
- Emily
- Franklin
- Gert
- Harvey
- Irma
- Jose
- Katia
- Lee
- Maria
- Nate
- Ophelia
- Philippe
- Rina
- Sean
- Tammy
- Vince
- Whitney
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2018
- Alberto
- Beryl
- Chris
- Debby
- Ernesto
- Florence
- Gordon
- Helene
- Isaac
- Joyce
- Kirk
- Leslie
- Michael
- Nadine
- Oscar
- Patty
- Rafael
- Sara
- Tony
- Valerie
- William
2019
- Andrea
- Barry
- Chantal
- Dorian
- Erin
- Fernand
- Gabrielle
- Humberto
- Imelda
- Jerry
- Karen
- Lorenzo
- Melissa
- Nestor
- Olga
- Pablo
- Rebekah
- Sebastien
- Tanya
- Van
- Wendy
2020
- Arthur
- Bertha
- Cristobal
- Dolly
- Edouard
- Fay
- Gonzalo
- Hanna
- Isaias
- Josephine
- Kyle
- Laura
- Marco
- Nana
- Omar
- Paulette
- Rene
- Sally
- Teddy
- Vicky
- Wilfred
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A evolução da nomenclatura
Antes das regras adotadas pela OMM, os furacões não seguiam um sistema padronizado de nomes. No passado, no final do século XIX, os ciclones eram nomeados de acordo com o santo do dia em que ocorriam. Por exemplo, se um furacão se formasse no dia de São João, ele seria chamado de “Furacão São João”.
No final do século XIX, um meteorologista australiano chamado Clement Wragge começou a dar nomes de mulheres aos ciclones. Supostamente, ele utilizava o nome de mulheres com quem tinha conflitos pessoais, o que demonstrava um caráter pessoal e nem um pouco profissional do homem. Décadas depois, no início do século XX, os Estados Unidos usaram coordenadas geográficas (latitude e longitude) para identificar ciclones, mas esse método se mostrou confuso em transmissões via rádio.
Foi apenas em 1953 que a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), inspirada no sistema de Wragge, começou a utilizar uma lista alfabética com nomes de mulheres para designar ciclones. Entretanto, o método foi alterado no final dos anos 1970, após críticas ao critério de gênero.
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A influência dos nomes femininos no impacto dos fenômenos
Curiosamente, um estudo da Universidade de Illinois descobriu que furacões com nomes femininos tendem a causar mais mortes do que aqueles com nomes masculinos. A pesquisa sugere que as pessoas subestimam a gravidade de um furacão com nome de mulher, o que leva a menos preparativos de emergência.
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