Mais de 7 mil quilômetros separam a Serra catarinense de Mendoza, famosa região produtora de vinhos na Argentina, responsável por 70% dos rótulos do país. Atualmente, são mais de mil vinícolas situadas no país vizinho dedicadas para produzir vinhos de excelência com as famosas uvas Malbec, Bonarda e Cabernet Sauvignon.
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Uma dessas vinícolas é a Norton, com mais de 125 anos produzindo alguns dos melhores rótulos argentinos. A vinícola, localizada na região de Lujan De Cuyo, desponta pela qualidade do vinho produzido, em especial o Malbec, variedade que é marca registrada da região.
David Bonomi, enólogo da Norton há 22 anos, esteve em Santa Catarina para divulgar o vinho argentino e aproveitou para conhecer a produção vinícola catarinense, além de falar das características entre Mendoza e a Serra catarinense, que produz vinhos de altitude.
Bonomi se disse surpreso com a qualidade da produção de altitude, em especial em vinhos com Sauvignon Blanc e Chardonnay, e foi enfático ao falar que é preciso apostar na divulgação do que é produzido em solo catarinense.
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— Santa Catarina e Mendoza têm características em comum, como a colonização europeia, o gosto pela boa comida e, na questão dos vinhos, temos as condições de produção parecidas em clima, solo e variedades de uvas plantadas. É preciso ter paciência para produzir cada vez melhor já que aqui em SC, assim como na Argentina, produzimos apenas uma safra por ano. E se eu pudesse dar uma dica para os produtores, eu diria para apostarem em poucas variedades plantadas, porém, com foco na excelência — diz.
Ele ressaltou, ainda, que o pulo do gato é apostar na divulgação do vinho produzido em Santa Catarina, com participação em feiras nacionais e até internacionais.
A altitude e a quantidade de horas de frio são outras semelhanças entre a serra catarinense e Mendoza. São características que possibilitam a planta ficar em dormência por mais tempo para garantir a doçura adequada e a maior concentração de sabores e aromas, que depois irão garantir a qualidade do vinho.
— É preciso ter um bom terroir, coisa que a Serra catarinense já apresenta. Além de tudo isso tem o fator da influência marítima, que mesmo distante ainda reflete no vinho de altitude de Santa Catarina. Os vinhedos estão relativamente perto do mar e recebem essa umidade e influência. Tem que se beneficiar desta geografia e solo para garantir um belo vinho — finaliza Bonomi.
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