A “gangorra” nas temperaturas — com dias muito frios e outros quentes — observada em Santa Catarina nas últimas semanas vai continuar entre setembro e novembro. É o que diz o Fórum Climático, grupo de meteorologistas de várias instituições do Estado que se reúne mensalmente para fazer a previsão trimestral. Já o volume de chuvas deve variar a depender da região.

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Ao que tudo indica, no geral, as temperaturas ficarão acima do esperado para a primavera, ainda que episódios de frio com os termômetros abaixo de 0ºC e formação de geada são esperados na Serra. O chamado frio tardio, porém, não deve ser o que vai marcar os próximos meses. A tendência é de elevação na temperatura, com a presença dos “veranicos”, dias consecutivos de calor acima dos 30ºC.

Com o período de neutralidade no oceano caminhando para a formação de um La Niña durante a primavera ou até início do verão, o impacto deve ser de chuva dentro e até abaixo do esperado para setembro no Oeste e Planalto Norte, enquanto as demais podem ter precipitação dentro da média.

Em outubro, na maioria das regiões, a chuva deve vir em volumes maiores. Em novembro, a expectativa é que o cenário mude um pouco, com a água que cai do céu vindo dentro da média climatológica. Na segunda quinzena começarão a chegar as pancadas de chuva de verão, que se tornarão mais frequentes com o passar das semanas.

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Antes disso, porém, os meteorologistas ressaltaram que os fenômenos serão irregulares e mal distribuídos, tal como ocorreu em agosto. Nevoeiros, temporais, granizo, ventania e períodos de estiagem devem fazer parte do pacote “de tudo um pouco” que marcará a estação mais florida do ano.

As médias de chuva

Em setembro, os totais de chuva variam de 150 a 210 milímetros no Oeste e de 110 a 170 milímetros nas demais regiões. Em outubro os volumes de chuva são os mais elevados do trimestre e variam de 210 a 280 milímetros no Oeste e de 140 a 180 milímetros nos outros pontos do Estado. Em novembro, a chuva ocorre em Santa Catarina com totais de 130 a 180 milímetros, em média.

El Niño e La Niña

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño é o nome dado ao aumento na temperatura da superfície da água no Oceano Pacífico, fazendo ela evaporar mais rápido. O ar quente sobe para a atmosfera, levando umidade e formando uma grande quantidade de nuvens carregadas.

Com isso, no meio do Pacífico chove mais, afetando a região Sul do Brasil, pois a circulação dos ventos em grande escala, causada pelo El Niño, também interfere em outro padrão de circulação de ventos na direção norte-sul e essa interferência age como uma barreira, impedindo que as frentes frias, que chegam pelo Hemisfério Sul, avancem pelo país.

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Logo, elas ficam concentradas por mais tempo na região Sul.

O contrário, o resfriamento dessas águas, é chamado de La Niña. Normalmente, o El Niño perde força, a temperatura no oceano volta ao “normal” — o chamado período de neutralidade — e gradativamente vai ficando mais fria, entrando no La Niña. Os efeitos do La Niña para Santa Catarina são o oposto do outro fenômeno, já que as chuvas caem em menor volume no Estado.

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