
Ricardo Izecson Santos Leite era Cacá quando entrou na final do Rio-São Paulo de 2001 e fulminou o Botafogo com dois gols. Hoje, ele mora em Madri, já passou por Milão e atende por Kaká, o jogador mais importante da Seleção Brasileira, que estreia nesta terça-feira na Copa do Mundo da África do Sul, diante da Coreia do Norte.
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27 minutos em 2002
Aos 20 anos, Kaká já grafava seu nome com “k” em 2002, quando avistou a sua primeira Copa. Felipão o levou entre os 23 de forma semelhante como Parreira convocara Ronaldo, em 1994. Um jovem talento, que pouco jogaria na ocasião, mas que já ia sentindo o clima da Copa. Pois, talvez nos próximos quatro anos, seria Kaká a grande esperança brasileira. Como fora Ronaldo em 1998.
Na Coreia e no Japão, em 2002, Kaká jogou uma partida, contra a Costa Rica. A goleada por 5 a 2, no último jogo da primeira fase, não teve a assinatura do então meia são-paulino, que atuou 27 minutos.
O “lado” que sobrou de 2006
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Em 2006, mais maduro com a passagem pelo Milan, Kaká ingressou na Copa da Alemanha como titular absoluto do técnico Parreira. Vestindo a 8, no entanto, era ofuscado por outros grandes nomes do falho “Quadrado Mágico”: Ronaldo, Ronaldinho e Adriano. Mesmo assim, manteve uma regularidade em campo. Foi dele também o primeiro gol da Seleção naquela Copa, na estreia diante da Croácia. À sombra do trio, Kaká também foi poupado das duras críticas da imprensa e dos torcedores após a precoce eliminação nas quartas-de-final, para a França de Zidane e Henry.
Curiosamente, Kaká foi o único “lado” que sobrou deste quadrado, despedaçado pela idade e excessos fora dos gramados. Sua carreira só ascendeu após o fim do sonho do hexa. Em 2007, foi campeão da Champions League e mundial pelo Milan, além de conquistar o troféu de melhor do mundo da Fifa.
O dono da bola em 2010?

Desta vez, na Copa da África, seus companheiros são menos badalados do que em 2006 e seus êxitos coletivos e pessoais fazem a responsabilidade cair sobre ele. Do banco em 2002, passando pela tarefa de ilustre coadjuvante em 2006, agora Kaká veste a mítica camisa 10 da Seleção.
– Ele é diferenciado, especial, foi o melhor do mundo, o número 1 da Fifa. Com ele, em forma, jogando o que sabe, o Brasil pode ir mais além. Quem sabe erguer a Copa do Mundo no dia 11 de julho. Kaká é o único brasileiro que pode fazer a diferença. O Brasil tem bons jogadores, alguns ótimos, como Júlio César e Maicon, mas apenas Kaká é craque entre os 23 eleitos de Dunga – comenta Luiz Zini Pires, titular da coluna Bola Dividida em ZH e que também escreve em blog homônimo no clicEsportes.
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Em contrapartida, o colunista Mário Marcos de Souza prefere retirar de Kaká o peso que o número da camisa possa sugerir, mesmo com toda a sua qualidade técnica:
– A melhor maneira de não se decepcionar com o Kaká é admitir que ele não é e nunca foi o centro técnico do time ou da Seleção. Ele é um grande jogador, moderno, de passadas largas, talentoso, mas não faz o gênero de Ronaldinho, Ronaldo ou Rivaldo, para ficarmos nos mais recentes, capazes de tomar uma iniciativa individual e decidir um jogo. De qualquer maneira, Kaká é a grande esperança técnica do Brasil operário de Dunga – avalia Mário Marcos, que também mantém um blog no clicEsportes.
Um camisa 10 descontado
Kaká chega a esta Copa longe de sua melhor forma. O meia ainda se recupera de uma pubalgia, um recente problema decorrente de um edema muscular. Nem o próprio jogador consegue precisar quanto tempo aguentará em campo no primeiro jogo da Mundial.
– Não tenho nenhuma limitação de movimento, só penso na minha condição física, vamos ver quanto aguento. Espero que sejam os 90 minutos, tenho de estar controlando isso – contou Kaká à AFP, sobre a expectativa diante da estreia contra a Coreia do Norte, nesta terça-feira, em Joanesburgo.
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