De bitucas a preservativos: jovem reclama de lixo jogado por vizinhos em seu apartamento em SC

Bianca Parmigiani viralizou nas redes sociais ao fazer um desabafo: ela mora no Centro de Florianópolis, em um apartamento estilo “garden”, com área externa própria, e tem recebido “surpresas” diariamente. Vizinhos têm jogado lixo pelas janelas, caindo no apartamento dela, que fica no primeiro andar. Entre os itens descartados ela já encontrou até preservativos usados.

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Para tentar solucionar o caso, ela passou a registrar e etiquetar por data tudo que cai na casa dela, para provar o incômodo que vive. O vídeo do desabafo já tem mais de 4,3 milhões de visualizações no TikTok até esta quarta-feira (30).

Bianca contou ao g1 SC que a situação se arrasta há dois meses. “Não é possível que isso seja normal. […] Os vizinhos de cima jogam tudo pela janela, e cai aqui na minha sacada”, diz a jovem no vídeo.

Ela conta que, no começo, ela recolhia tudo que caía, de sacos a bitucas de cigarro. Na última semana, no entanto, um preservativo usado caiu na cobertura da varanda dela.

A jovem, estudante de enfermagem, contou que falou com a imobiliária com quem firmou contrato e com o condomínio, mas apenas um cartaz foi colocado no elevador. O aviso dizia para os moradores cuidarem com o que cai pelas janelas para não afetar as áreas comuns do prédio. “Só que não cai nas áreas comuns do condomínio, cai na minha casa”, desabafa.

Sem uma solução clara para o problema, Bianca relatou no vídeo que pensa colocar uma câmera na área externa para ver quem está jogando o lixo pela janela. Ela diz ainda que chegou a recolher as bitucas caídas na varanda, colar em um papel e fixar um aviso no elevador, pedindo que a pessoa que joga lixo pela janela “compre uma lixeira, e se já tiver uma lixeira, que comece a usá-la”. O aviso foi retirado pelo condomínio por ser considerado muito “malcriado”.

“Eu acho uma besteira, malcriado é quem joga lixo pela janela”, disse a jovem. O estopim para o desabafo nas redes sociais foi um preservativo usado e sujo de fezes que Bianca encontrou. Além da sujeira, ela teme pelos animais de estimação que podem encontrar o lixo antes dela.

Assista ao vídeo

O que pode ser feito

Ao g1, a advogada Liliane Silva, presidente da comissão de Direito Condominial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC), afirma que o Código Civil garante o direito dos moradores ao sossego e à segurança. Regimentos internos dos condomínios costumam abordar as normas específicas para a preservação das áreas comuns e para o descarte correto do lixo.

“Em alguns condomínios, a reincidência de comportamentos inadequados pode resultar em julgamentos mais severos, como a ação judicial de obrigações de não fazer”, diz ela. Em caso de danos comprovados por ações, o morador pode buscar compensações e adoção de previdências para acabar com o problema.

O primeiro passo é registrar o caso por e-mail ao síndico e à administração do condomínio. Ela deve ser detalhada e, se possível, conter evidências, como fotos e vídeos. Se o condomínio não tomar medidas adequadas, a locatária pode enviar uma notificação extrajudicial ao síndico para alertar e exigir uma solução. Essa notificação pode mencionar o Regimento Interno, a Convenção Condominial e o Código Civil, enfatizando o direito à segurança e ao descanso, além da proibição de atos de jurisdição a outros condomínios. Se as tentativas extrajudiciais não forem eficazes, a locatária pode buscar meios judiciais.

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