A dengue já matou 80 pessoas em Joinville somente até agosto de 2024. O número é o dobro do registrado ao longo de todo o ano anterior. A doença vitimou todas as idades, incluindo idosos até um bebê de um mês, sendo a vítima mais jovem da dengue em Santa Catarina.

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Entre as vítimas estão pai e filha. Francisco Jatczak tinha 95 anos e Teresinha Jatczak, 67. Ambos morreram no dia 26 de fevereiro após complicações causadas pela dengue.

SC começa produção de mosquitos Aedes aegypti que não transmitem doenças

— Muito difícil perder duas pessoas no mesmo dia, praticamente no mesmo horário, pessoas que a gente ama e faziam parte do nosso dia — disse Tatiane Dorneles de Paula Karpinski, neta e sobrinha das vítimas, em entrevista à NSC Total na época.

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Vítimas da dengue em SC

Naquele período, Joinville já liderava o número de óbitos por dengue no Estado. A cidade somava oito das 11 mortes. O cenário não é diferente nos dias atuais. Conforme a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), o município joinvilense tem 80 vítimas, seguido de Itajaí e Blumenau, com 39 óbitos cada um. Ao todo, SC soma 330 mortes por dengue. 

João Augusto Brancher Fuck, diretor da Dive, destaca que os números atuais de todo o estado levantam um alerta para os cuidados que precisam ser mantidos ao longo de todo o ano.

— A população tende a relaxar no combate à dengue logo após o verão. Mas é preciso manter os cuidados durante o ano inteiro. Casos continuam sendo confirmados, visto que o Estado possui o vetor e a presença do vírus — comenta.

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Aline Berkenbrock é gerente de Vigilância em Saúde de Joinville e explica que neste ano houve uma antecipação do período sazonal da dengue, ou seja, o aumento do nível de transmissão começou antes em 2024 se comparado a 2023, o que fez com que os números acumulados ao longo do ano aumentassem.

— Nós já recebemos, no final do ano passado, um alerta de que poderia ter uma antecipação do período sazonal e também um número maior de casos de dengue no município. Então, desde então, nós começamos a trabalhar com o plano de ação para tentar conseguir atender essa população, sabendo já de como poderia ser o cenário. E agora nós já começamos a trabalhar pensando em 2025, porque pode haver, de novo, uma antecipação do período sazonal — explica.

Para reduzir os índices

Conforme a prefeitura de Joinville, na cidade, 75% dos focos de dengue estão nas casas. Os bairros que mais somam focos hoje são Aventureiro (1.100), Floresta (589) e Costa e Silva (563). Para tentar reduzir esses índices uma série de ações foram tomadas. Entre elas, mutirões de limpeza nos bairros, divulgação de material de conscientização e, agora, os primeiros mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia começaram a ser produzidos em Joinville, os chamados Wolbitos.

A técnica consiste na liberação dos Wolbitos, que não picam nem transmitem doenças, para o acasalamento. Nos próximos dias, de acordo com informações da prefeitura de Joinville, estas larvas passarão pelo processo até se tornarem mosquitos e estarem prontos para serem soltos na segunda quinzena de agosto. 

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Os Wolbitos em contato com os Aedes aegypti selvagens, que já circulam em Joinville, vão se reproduzir e assim, consequentemente, ocorre a troca de uma população de mosquitos por outra, que não transmitem doenças como dengue, chikungunya e zika vírus.

Há também a disponibilização de vacinas para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, conforme recomendação do Ministério da Saúde. Em SC, os imunizantes estão sendo direcionados para municípios das regiões Nordeste, Grande Florianópolis, Médio Vale do Itajaí e Chapecó.

Até essa segunda-feira (5), foram imunizadas 61.826 pessoas com a primeira dose da vacina, sendo que 12.048 tomaram também a segunda dose, que completa o esquema vacinal. Dessa forma, a cobertura vacinal com ao menos uma dose no Estado está em 27,96%.

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