Ele tem o certificado de Manezinho da Ilha: a certidão de nascimento indica a vinda ao mundo pela Maternidade Carmela Dutra. Afinal de contas, manezinho que é manezinho, quando é questionado sobre de onde é, logo emenda que nasceu em Florianópolis, na Carmela Dutra ou então na Carlos Corrêa.

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O jeito florianopolitano de ser ajudou a projetar Marcos Piangers na comunicação. Primeiro como apresentador de TV. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 2001, Piangers comandou o programa “Na Pilha”, na extinta TV Com. No ano seguinte, o garoto nascido e criado no Zinga (como é carinhosamente chamada o bairro de Ingleses, no Norte da Ilha) chegou ao rádio: virou comunicador da Rádio Atlântida. Em 2003, chegou à TV aberta, como um dos apresentadores do “Patrola”. Nesse período, Piangers começou a escrever nas páginas do DC, com uma coluna que tinha relação com os conteúdos que levava ao ar, na TV.

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O jeito irreverente ajudou a projetar Marcos Piangers na comunicação (Foto: Tiago Ghizoni, BD)

Torcedor do Figueirense, ele chegou a ser garoto-propaganda de campanhas publicitárias do Alvinegro. Em 2006, Piangers deixou a ilha. Mudou-se para Porto Alegre, onde passou a integrar o time do “Pretinho Básico”. Entre as tantas brincadeiras que levava ao ar para animar o público, um personagem marcou o coração dos fãs do programa: o Almir. Mestre das traquinagens, o personagem servia como uma ponte para o autor seguir conectado à terra natal, pois a personalidade e aventuras eram baseadas no cotidiano e na cultura açoriana.

> Confira as colunas de Marcos Piangers no NSC Total

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Passados 10 anos, veio uma nova mudança. Junto da esposa, Ana Cardoso, e as duas filhas, Anita e Aurora, o comunicador transferiu-se para Curitiba, onde vive atualmente. Aos 40 anos, o catarinense é o papai mais pop do Brasil. Crônicas que ele escrevia sobre o cotidiano com as filhas, mais as experiências de quem cresceu sem a figura paterna, geraram identificação e sucesso com o público. Primeiro nas páginas do DC e outros jornais. Depois nos livros. E agora, neste ano, na telona. A versão cinematográfica do livro “O papai é pop” tem Lázaro Ramos, Paolla Oliveira e Elisa Lucinda no elenco.

– Essa história não é minha, essa história é nossa. Nossos desencontros, nossos pais batalhadores, nossas mães incríveis, nossos filhos que já temos e os filhos que vão vir de surpresa. Pais em transformação e famílias que renascem. Nossa história – escreveu Piangers sobre o filme, em coluna publicada no mês passado no DC.

O mais curioso é imaginar que um dos autores de sucesso no país tinha dificuldades de acesso à informação, na adolescência.

– Jornais e revistas eram como tesouro, pra mim. Quando eu pegava um, lia tudo, do começo ao fim – lembra o jornalista, pois a mãe não tinha condições de pagar pelas assinaturas.

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Fã de tecnologia, Piangers também ministra palestras sobre inovação e criatividade. Foi cinco vezes palestrante do TEDx, a maior conferência de ideias do mundo. Seus vídeos já ultrapassaram a marca de meio bilhão de views na internet. Seja nas páginas dos livros, dos jornais ou através das palestras, ele conquista o público com o bom humor de sempre.

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