Juarez Machado é catarinense na certidão de nascimento, mas escolheu ser um cidadão do mundo antes mesmo de completar 20 anos. Deixou a cidade natal, Joinville, e partiu para estudar artes em Curitiba (PR). Desde o fim dos anos 1960, segue conforme o vento, atrás de inspiração e conhecimento — e de um bom vinho, se não for pedir demais.
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Foi assim que chegou a Paris, na França, onde passou a viver no “bairro dos artistas”, Montmartre. Gênios da pintura como Van Gogh, Cézanne e Monet o tinham como seu local preferido em Paris e, por isso, não houve dúvidas para o artista catarinense de que tinha encontrado seu lugar no mundo. Já havia atuado como chargista de alguns dos principais jornais brasileiros e assinado, por quase uma década, a coluna “Nonsense”, no Jornal do Brasil. Havia ajudado a criar o Fantástico, na Rede Globo. E havia entrado na casa dos brasileiros todo domingo à noite, por cinco anos, como um mímico fanfarrão em um cenário totalmente criado por ele mesmo, em um quadro do Fantástico.

Quando mudou-se para a França, tinha na bagagem premiações pelas telas e a medalha da Ordem de Rio Branco, concedida pelo governo federal. Era um nome conhecido e respeitado o suficiente para viver o que poucos artistas experimentam: uma vida confortável e totalmente dedicada a fazer o que ama. Em Montmartre, nos anos 2010, Machado tinha uma rotina pautada pelo trabalho incessante, pela pesquisa nos museus da França, e pela possibilidade de vaguear pelas ruas de uma das cidades mais bonitas do mundo. Na rotina, também estava a produção da coluna Diário de Bordo, publicada semanalmente no DC.
Nela, Juarez compartilhava a visão sobre o mundo, sempre inusitada. Fotografava o que via da janela do apartamento, criava ilustrações, postava autorretratos e descrevia tudo com bom humor e boa poesia. Deixou de ser analógico para publicar a coluna no diario.com.br – até então, ele revelava as fotos, colava em uma grande folha de papel cartão, desenhava nela e escrevia as legendas à mão. Depois, a endereçava para a redação do DC.
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Atualmente, Juarez Machado está com 80 anos. Continua produzindo sem parar e dividindo-se entre Paris e Joinville. Na cidade onde nasceu, montou um instituto com biblioteca e galerias de arte onde são promovidas exposições nacionais e internacionais. É sua forma de trazer o mundo de volta para casa.
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