Faça um exercício de imaginação e volte no tempo. O dia é 5 de maio de 1986. Uma segunda-feira. José Sarney é o presidente do Brasil. Difteria é um mal que causa preocupação e exige a vacinação. Bornhausen ensaia apoio a Kleinübing. Convenção do PDT é marcada por abandono de um grupo de apoiadores. O Joinville é o líder do Campeonato Catarinense. E os dólares que Santa Catarina esperava são liberados pelo Ministério da Fazenda.
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Foi assim, neste cenário, que o Diário Catarinense marcou a primeira página da trajetória que celebra 35 anos neste mês. A edição é simbólica e desperta interesse em apaixonados por jornalismo, estudantes, apreciadores da história e os mais curiosos, que por inúmeros motivos, guardam consigo e na memória esse marco para a comunicação de Santa Catarina.
O engenheiro mecânico aposentado Dalton Camargo von Hartenthal é um destes curiosos. Aos 69 anos, ele vive atualmente em Balneário Camboriú, mas em 1986 era morador de Joinville.
– Sempre gostei de ler notícias no impresso. Achei interessante quando vi, com notícias de âmbito estadual, nacional e internacional. A composição, o projeto gráfico era bonito, colorido. E tinha muitos cadernos. Pelo valor histórico, resolvi guardar – comenta Dalton, ao falar da primeira edição do Diário Catarinense.
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O ex-funcionário da Embraco, onde atuou por 25 anos, lembra que da edição nº 1 do DC, a notícia que lhe marcou era uma sobre os Estados Unidos, que abordava as ameaças terroristas contra o Tio Sam.
– O título era “EUA: país onde o terror não entra”. Não que tenha me chamado tanto a atenção na época, mas especialmente agora, lembrando de tudo que aconteceu de lá para cá, inclusive nos Estados Unidos – comenta.
Dalton seguiu acompanhando a trajetória do jornal. Hoje, adaptado aos atuais hábitos de consumo, se informa pela internet. Acompanha as notícias pela versão digital do DC.

A sabedoria japonesa é milenar. O respeito à natureza, o uso da terra e outros ensinamentos são passados de geração para geração. Em São Joaquim, na serra catarinense, Fumiu Hirogami é um exemplo vivo. Ele deixou o Japão aos oito anos, rumo a Santos, no litoral paulista. Aos 24 anos, chegou a Santa Catarina. Desde então, vive da terra. Planta maçãs e kiwi, produz vinhos e também vende máquinas agrícolas. Lidera uma empresa com 600 colaboradores.
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Nessa trajetória como agricultor, viu nascer o Diário Catarinense. É assinante do jornal e guarda com orgulho o seu exemplar da primeira edição. Junto dela, tem também edições especiais, como as de número 1 mil, 2 mil, 3 mil, 4 mil, 5 mil, entre tantas outras.
– Minha ideia é fazer um museu com essas peças e outras raridades (edições antigas de revistas nacionais que já não circulam mais, como a Manchete, por exemplo), junto com as coisas que trouxe do Japão – conta o empresário de 71 anos.
Assim como Dalton no litoral, Fumiu na serra segue acompanhando o DC, de olho na versão digital.
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