A vida deles divide-se entre a terra firme e o mar. Ao ouvir o sobrenome Schürmann, é muito pouco provável que você não associe à família catarinense que cruzou o mundo de barco, ao longo de 10 anos. O retorno a Santa Catarina, em 1994, foi destaque nas páginas do DC. Afinal, eles foram os primeiros brasileiros a viajar pelo mundo a bordo de um veleiro.
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No mês passado, Vilfredo, Heloísa e os filhos comemoraram os 37 anos da expedição. Ao longo de quase quatro décadas, a família protagonizou outras três circum-navegações. A trajetória da família foi exibida no programa “Fantástico”, virou livros e até filme – o longa-metragem “Pequeno Segredo”, de 2016, foi indicado para representar o Brasil no Oscar no ano seguinte.
Dos mais de 120 mil quilômetros percorridos e quase 40 países visitados, um fato segue vivo na memória e no coração do capitão Vilfredo:
– Foi na Polinésia Francesa. Ficamos um ano por lá. Quando estávamos indo embora, os nativos fizeram uma grande festa para a família. Um senhor veio falar comigo e disse: “Por que vocês ocidentais sofrem tanto com o amanhã? Curte todo momento da sua vida”. Aí, ele parou, me encarou novamente e me disse: “E vocês ocidentais sofrem muito com aquilo que já se passou”. Isso foi muito forte pra mim – recorda o capitão.
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Entre idas e vindas pelos mares do mundo, a família se tornou embaixadora internacional na luta pelo meio ambiente. Defensores da campanha Mares Limpos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), eles preparam-se para um novo desafio, que deve durar dois anos. Olhando para o hoje, com foco no amanhã das próximas gerações, os Schürmann partem de Santa Catarina, no próximo dia 15 de agosto, para uma nova expedição e com um propósito: querem ser a voz dos oceanos na luta contra a poluição.
– Heloísa e eu queremos deixar um legado. Estamos preparando o barco para a próxima viagem focada nisso, em conscientizar as pessoas que o plástico pode ser reciclado. Com o plástico, isso já está sendo afetado. Esse é o nosso propósito. Não é só criticar o plástico, mas trazer soluções e um programa nacional e internacional. Somos embaixadores da ONU e queremos fazer disso (a expedição) um grande movimento, uma grande voz – conclui Vilfredo, durante entrevista à CBN Diário.
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