Distante é o tempo em que Lages destacava-se apenas pela pecuária e o turismo rural. Apesar da continuidade desses potenciais como grandes atrativos, atualmente, os setores de metalmecânico, agronegócio e florestal estão aquecidos. Em conjunto com a moeda reguladora que é o dólar, isso faz com que grandes empresas da cidade mantenham e até ampliem a capacidade produtiva gerando um impacto positivo na economia do município.

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Ao mesmo tempo, o setor tecnológico também foi envolvido e impulsionado a criar novos modelos de negócios. Muitas empresas atingidas pela pandemia usaram o momento desafiador para adaptar os negócios às novas tecnologias e adequar a própria gestão ao que o momento exige. 

Recentemente uma angústia especialmente do setor produtivo e público chegou ao fim: o anúncio da Azul Linhas Aéreas de que irá operar voos no Aeroporto Regional do Planalto Regional, em Correia Pinto. Tanto o empresariado quanto o poder público comemoraram a decisão, já que desde março de 2020 a região está sem voos. O início da operação está previsto para o dia 8 de setembro. 

– Quando poder público, privado e terceiro setor trabalham juntos ganha o desenvolvimento regional – defende Carlos Eduardo de Liz, Associação Empresarial de Lages (Acil). 

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A retomada da operação aérea é resultado da união entre lideranças empresariais e políticas que, desde o anúncio da redução dos voos no Aeroporto Federal Antonio Correia Pinto de Macedo, em Lages, empreenderam esforços para a retomada das viagens que ligassem a Serra aos grandes centros do país. 

Para isso, Acil, Câmara de Dirigentes Lojistas de Lages (CDL) e Fórum das Entidades Empresariais tiveram a participação efetiva dos representantes em diversas reuniões e alinhamentos que resultaram na alteração da lei que dispõe sobre a redução da base de cálculo do ICMS para combustíveis de aviação, o que viabilizou os voos no Aeroporto Regional, em Correia Pinto, a qual foi formalizada através da Lei nº 18.045/2020. A boa estrutura do aeroporto foi destacada: 

– Vamos voltar conectando a região da Serra com Campinas (SP) e ao resto do mundo – declarou o assessor especial da presidência da Azul Linhas Aéreas, Ronaldo Veras.

Reestruturação da indústria

Com cerca de 157 mil moradores, Lages se tornou conhecida como a Capital do Turismo Rural. A estimativa é que a cada ano 50 mil pessoas visitem suas fazendas. As baixas temperaturas, a gastronomia típica e o lazer que proporcionam cavalgadas atraem gente de todos os cantos do país, e até estrangeiros. Além de rios e banhados, a região tem campos preservados e exuberantes matas de araucárias. Quem gosta de história pode visitar lugares como a Coxilha Rica, com diversas propriedades centenárias, e também os museus. Além disso, Lages está no caminho de quem quiser conhecer a neve, os parques ecológicos, as vinícolas de vinhos.

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Para garantir a exploração desses potencias é preciso compromisso. Por ocasião das eleições municipais, em 2020, tanto a diretoria da Associação Empresarial de Lages (Acil) quanto os núcleos empresariais realizaram reuniões com os candidatos. A entidade apresentou e defendeu propostas de interesses dos associados. As bandeiras da Acil visaram o fomento da economia, a melhoria do ambiente e da competitividade empresarial local. 

Uma dessas é a criação e reestruturação das áreas industriais dotadas de infraestrutura adequada. Como resposta, a prefeitura desenvolve um estudo para implantação de um parque industrial. A celeridade aos processos na Secretaria de Planejamento e Obras também está sendo acompanhada pelo Núcleo de Imobiliárias e Corretores, os quais têm se reunido com representantes do município para planejar e alinhar uma atuação mais ágil nos processos.

Se no passado Lages foi caminho para os tropeiros, o município parece ter descoberto que para andar adiante é preciso união. O diálogo entre o prefeito Antonio Ceron (PSD) e os secretários municipais com as entidades de classe organizadas tem se efetivado. Pelo menos três exemplos evidenciam os resultados: a concentração dos esforços para combater a propagação da Covid-19, a abertura da nova ala do Hospital Tereza Ramos e também a retomada dos voos para Campinas. 

A maior preocupação apontada pelos empresários locais é a dificuldade em contratar mão de obra qualificada, especialmente, para as indústrias. Neste momento, estão sendo estudadas algumas parcerias com instituições de ensino para qualificar a mão de obra e, assim, conseguir suprir as necessidades das empresas. 

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– Neste ano foram realizados 747 novos cadastros de currículos no Banco do Emprego em Lages, sendo que destes, 205 foram contratados pelas empresas – informou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Lages, Álvaro Mondadori.

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