Davide Marcovitch teve uma passagem relâmpago por Florianópolis neste fim de semana. O italiano, que é presidente do grupo de bebidas de luxo Moët Hennessy na América Latina, África, Oriente Médio e Canadá, deixou um encontro em Garibaldi, na Serra Gaúcha, para aterrissar na Ilha na madrugada de sexta-feira para sábado. A empresa é líder mundial na venda de chapanhe e dona de algumas das principais grifes do setor, como Veuve Clicquot, Moët & Chandon e Dom Pérignon.

Continua depois da publicidade

Jurerê é um dos maiores consumidores de champanhe da América Latina

À noite, o italiano que reside em São Paulo, jantou com sócios do Grupo ALL no restaurante Second Floor, em Jurerê Internacional, e por volta das 3h da manhã, aportou na Posh Club. A intenção era conhecer a casa escolhida para o lançamento da Belvedere Night Saber no Brasil marcada para sexta-feira – o produto é a única vodca premium do mundo com garrafa toda iluminada com tecnologia de LED. Ali, ele conversou com o Diário Catarinense e falou um pouco sobre a importância do litoral catarinense nos negócios do grupo no Brasil.

DC – Jurerê se mantém como um lugar de destaque no consumo de espumantes?

Marcovitch – Sim. Na alta temporada, que vai desde o Natal até um pouco depois do Carnaval, Jurerê é um dos lugares em que mais se consome champanhe na América Latina. Eu costumo dizer que aqui é a Saint-Tropez brasileira.

Continua depois da publicidade

DC – E como é a estratégia de marketing do grupo para o litoral catarinense?

Marcovitch – Focamos no ponto de venda, no corpo a corpo com os consumidores. Tradicionalmente, não fazemos campanha de publicidade. Na nossa trajetória – e temos marcas centenárias no nosso portfólio – costumávamos nos relacionar com a realeza francesa, russa, inglesa para promover as nossas marcas. Hoje, o mundo mudou e colocamos nosso foco em lugares em que há formadores de opinião, como é o caso da Posh Club, do Second Floor.

DC – O grupo já produz na serra gaúcha. Há alguma chance de adquirir áreas para produção em Santa Catarina?

Marcovitch – Eu avalio que o Sul do Brasil, tanto o Rio Grande do Sul quanto Santa Catarina, tem um bom potencial para a produção de espumantes. É difícil concorrer com o mercado argentino ou chileno na produção de vinhos. Por isso, decidimos focar na produção de espumantes. Além de áreas em Garibaldi, temos também vinícolas em Encruzilhada do Sul. Hoje, produzimos 3 milhões de garrafas por ano e nossa meta é chegar a 7 milhões até 2020.

DC – O Brasil se tornou alvo de muitas marcas internacionais em 2010, com o crescimento do poder aquisitivo da população. Agora, parece que o cenário mudou. Vocês sentiram reflexos?

Continua depois da publicidade

Marcovitch – Uma vez por mês, nos reunimos na sede da empresa, em Paris, para discutir os negócios globais do grupo. Quando o mundo inteiro estava eufórico com o Brasil, principalmente em 2010, eu costumava dizer que o cenário era bom, mas não tudo aquilo que se falava sobre o país. Havia uma euforia exagerada. Vejo que a economia brasileira hoje reflete essa situação com um crescimento mais moderado. Apesar disso, vejo que os fundamentos continuam fortes.

DC – E como é o comportamento do consumidor brasileiro? O que ele prefere?

Marcovitch – É um consumidor exigente e fiel às marcas. Uma vez que ele abraça uma marca, toda a vez que viaja para o exterior, ele se mantém fiel à ela. É um consumidor que gosta de marcas reconhecidas e que sejam conhecidas em todo o mundo.