O Brasil do novo Maracanã foi o do velho Maracanã. Quatro meses depois de jogar, e perder, para a sólida seleção inglesa em Wembley, no Norte de Londres, o time de Felipão jogou com o mesmo adversário no Maracanã, no Norte do Rio, e não perdeu, quase venceu.

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E o melhor: o resultado razoável não foi a única diferença entre as duas partidas. Desta vez, a Seleção Brasileira se comportou com o desassombro de uma equipe que é dona do seu cartel.

Na entrevista que concedeu nas entranhas geladas de Wembley, no começo de fevereiro passado, Felipão não mostrou preocupação com aquela derrota por 2 a 1. Garantiu que, em junho, os brasileiros estariam mais preparados e mais entrosados, e que certamente fariam frente aos bretões. Estava certo. Ontem, pelo menos no primeiro tempo, o Maracanã foi de novo a catedral do futebol brasileiro.

No ataque não havia os ídolos do passado, mas Neymar investiu contra os ingleses com a malícia de um Garrincha e chutou com a gana de um Pelé. Foi um dos melhores em campo, talvez o melhor, só lhe faltou o gol. A Fred o gol não faltou. Como um Ronaldo, como um Romário, ficou de campana num canto da área, esperando para colocar a bola para dentro. Colocou. No meio, se não houve a habilidade de um Zico, de um Rivellino, houve a inteligência de Oscar e a consistência de volantes que sabem o que fazer com a bola, como Fernando, Hernanes, Luís Gustavo e Paulinho.

Pode ainda não ser a Seleção de Ouro, mas esse time que se apresentou no trópico é bem melhor do que aquele que se submeteu aos ingleses de Rooney em fevereiro, na fria Londres do inverno europeu.

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