A Confederação Nacional de Agricultura divulgou na semana passada um balanço que aponta um queda de 2,3% no faturamento da agropecuária, estimado em R$ 537 bilhões. Apesar do recorde na safra nacional houve uma queda nos preços de 32% no milho e 16% na soja. O desemprego e a redução no consumo também provocaram uma queda de 11% no frango e 10% na carne bovina. Isso ajudou a conter a inflação, pois os alimentos e bebidas caíram 2% de janeiro a outubro, segundo o IPCA.
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No entanto essa queda vai impactar na arrecadação da maioria dos municípios catarinenses, segundo o presidente da Cidasc e vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri.
— Isso vai trazer prejuízo para os municípios pois os agricultores perderam rentabilidade com a queda nos preços do milho, soja, leite e suínos. Isso vai impactar no movimento econômico e, consequentemente, no retorno de ICMS, com menor arrecadação — avaliou Barbieri.
No município de Xanxerê, por exemplo, a queda vai ser significativa, segundo o diretor de Desenvolvimento Econômico, Wilson Lohmann.
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— No setor agropecuário a queda no movimento econômico é de 15 a 20%. Como no nosso município o setor tem grande importância a queda no movimento geral será de 5%. Isso representa uns R$ 150 a mil por mês de queda de receita. Se for contar que normalmente a gente crescia 7 a 10% no ano a queda representa uns R$ 5 milhões no ano, daria para fazer algumas obras com isso — disse Lohmann.
Mesmo com essa queda o setor representa 23% do PIB nacional, 45% das exportações brasileiras, que somaram US$ 82 bilhões até outubro, e teve saldo positivo de 93 mil vagas até o momento.
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