A desculpa de que não sabia do passado do postulante escolhido não cola mais. A internet é uma fonte rica de informações – há muito mais que rede social. Basta vontade de pesquisar, ler e interpretar. Ao escolher um candidato, vale investir tempo e mufa. A começar pelo próprio site do TSE que oferece boas dicas de como começar a escolher um candidato. As opções de pesquisa são diversas.
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O site excelencias.org.br reúne informações relevantes sobre deputados federais e senadores em exercício. Nele é possível saber desde o CPF do parlamentar até os cargos que já ocupou – eletivos ou não – e ocorrências na Justiça e tribunal de contas. Ainda oferece relatório sobre a produtividade; gráficos que detalham as áreas de atuação; como votou em projetos ou questões importantes; quantas vezes faltou às sessões e o destino da cota parlamentar.
Fontes de doações de campanha e outros dados sobre arrecadação na última eleição municipal estão reunidos no asclaras.org.br. A proposta do site é fazer uma radiografia de arrecadação e dos gastos durante a campanha. A mais recente disponível é a de 2012. Pesquisando por nome, é possível fazer observações interessantes. Uma delas é o total de doações diretas e indiretas e autodoações. Também é possível pesquisar as contribuições por empresa ou pessoa física.
As promessas de campanha ou o enobrecimento de ações passadas próprias ou do partido são frequentes armas eleitorais. A informação é a proteção para que o ferido não seja o eleitor. Para ajudar nesta tarefa, a Agência Pública, que faz jornalismo independente, produziu na última campanha presidencial o projeto Truco!, em que checa e cobra explicações de dados informados pelos candidatos. Falar é fácil, provar a verdade do que disse, nem tanto. Mesmo que o projeto tenho foco em eleição presidencial, vale conferir. O site é o apublica.org/truco.
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Certamente durante as eleições deste ano várias outras iniciativas vão surgir para facilitar a vida do eleitor que busca informações. As eleições de 2014 foram marcadas pela criação de aplicativos interessantes. Teve o Voto x Veto que, inspirado em apps de relacionamentos, propôs avaliar os candidatos de forma anônima. O Fideliza Eleitor quis estreitar o relacionamento entre candidatos e eleitores, enquanto o Acordei trouxe o perfil completo dos postulantes. Os sites oficiais também oferecem boas fontes de pesquisa – ainda que não sejam simples de entender – sobre gastos das Casas Legislativas e prefeituras, além de possibilitarem a pesquisa dos projetos de lei apresentados.
Votar amparado por informações parece ser o começo de um caminho eficiente para que levemos às urnas nossas reivindicações, por mais que os sistemas político e eleitoral atuais ainda dificultem muito essa tarefa. A mudança que se quer está nas urnas. E precisa começar por nós, eleitores.