Ao receberem os convites para uma nova edição do Dança Joinville, alguns pais de participantes da mostra infantil se espantaram. Mais uma apresentação? A surpresa é condicionada aos costumes de uma cidade que, mesmo com o título de Capital da Dança, não está familiarizada a assistir a espetáculos de dança fora do mês de julho e dos shows de encerramento das escolas e academias.
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É esta uma das motivações do evento, que começou discreto em 2009 e ganhou força há três anos. Assim, garante que Joinville faça jus à arte que torna seu nome conhecido pelo País e pelo mundo, com apresentações de dança no ano inteiro.
– O Dança Joinville se propõe a ser um formador de plateia. Há uma diversidade de estilos misturados na programação e, com isso, conseguimos uma boa receptividade do público. Os espectadores dizem que não percebem o tempo passar – avalia o presidente da Associação de Grupos de Dança de Joinville (Anacã), Edson Schubert.
São quatro edições por ano. Na edição que ocorre neste domingo, no Teatro Juarez Machado, 291 bailarinos de diferentes idades e gêneros artísticos enfrentam o friozinho na barriga característico dos minutos antes de subir ao palco. Para alguns, esta já é uma atividade comum, mas, para os jovens bailarinos, o Dança Joinville oferece as primeiras experiências de dançar para um público que não é formado exclusivamente por familiares.
– Eles passam por uma pressão boa, porque sabem que estarão se apresentando no mesmo evento em que grupos e bailarinos muito bons – avalia a professora de dança Juliane Bonato.
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É dela o relato dos pais surpresos com a quantidade de oportunidades para os alunos, mesmo aqueles ainda em início de formação. Aos 30 anos, Juliane está prestes a comemorar duas décadas como bailarina. Por isso, apesar de jovem, lembra de um período bem diferente para quem queria dançar fora das salas de aula.
– Quando eu comecei, nos apresentávamos o tempo todo, mas há uns dez anos isso mudou. Hoje, é muito graças ao Dança Joinville que eu consigo levar minhas alunas para apresentações em palcos que não são apenas o do espetáculo de encerramento do ano na escola – avalia ela, que, nesta edição, leva nove alunas para apresentarem a coreografia Simplesmente Jazz.
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Espetáculo em formação
O terceiro ato do Dança Joinville contará com o miniespetáculo Íntimo, do Grupo de Dança Fernando Lima. É a segunda vez que a mostra conta com a apresentação do grupo profissional, o que permite um intercâmbio mais maduro para os participantes do evento sem deixar de lado o entretenimento.
– Ele tem uma linguagem contemporânea sem perder as raízes do jazz. Até porque, como foi criado para o Dança Joinville, não poderia ser algo tão direcionado, tão preso a conceitos. É um espetáculo acessível para o público sem conhecimento de dança – afirma Fernando.
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Íntimo terá 15 minutos e retrata o mundo particular de cada um, explorando o corpo e o toque tais como eles acontecem na intimidade, seja ela solitária ou entre duas pessoas. Segundo o coreógrafo, é uma forma de questionar a padronização dos comportamentos na sociedade atual.
– Trata-se de uma pesquisa que ocorreu neste semestre e que ainda está em formação. Vamos apresentá-lo com um elenco novo, em fase de experimentação – conta ele.
Agende-se:
O QUÊ: 3o Dança Joinville 2015.
QUANDO: neste domingo, às 16 horas (sessão infantil) e às 19h30 (sessão adulta e espetáculo Íntimo, do Grupo de Dança Fernando Lima).
ONDE: Teatro Juarez Machado, anexo ao Centreventos Cau Hansen (avenida José Vieira, 315).
QUANTO: R$ 20, com meia-entrada para estudantes, professores e idosos. Na sessão infantil, preço único a R$ 10.
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