D’Alessandro está deixando o Inter. Para não mais voltar. Ainda que tenha contrato com o Beira-Rio até o final de 2017, e que o empréstimo ao River Plate seja por uma temporada, o tempo do camisa 10 argentino no Beira-Rio chegou ao fim. D’Alessandro cumprirá 35 anos em abril. Voltará ao Inter com quase 36. Dificilmente teria condições físicas de se manter em alto nível no futebol brasileiro.

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O River surgiu como um negócio bom para todas as partes. A atual gestão assumiu o clube com o plano bem definido de renovar o vestiário. Em idade e em pensamento. O binômio Gauchão-vaga na Libertadores já não servia mais. E, internamente, a avaliação foi que a busca pelos grandes títulos começaria por um futebol mais coletivo e por jogadores com necessidade pessoal de sonhar com os grandes campeonatos. O projeto foi adiado em um ano pela esperança de vencer a Libertadores de 2015. Não haveria tempo para a transição — o que é possível agora, com o semestre apenas de Campeonato Gaúcho.

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Mas o principal para que a direção decidisse liberar D’Alessandro para o River Plate foi o custo-benefício do capitão. Com a alta do dólar (e o salário de D’Alessandro desde 2008 foi firmado na moeda norte-americana), o salário do meia chegou a bater na casa de R$ 950 mil mensais. Não que tenha sido pago em sua totalidade. Nos bastidores, conta-se que o Inter chegou a dever mais de R$ 5 milhões ao argentino (ainda deveria quase R$ 2 mihões), por causa da diferença de cotação do dólar — ele começou no Inter recebendo a R$ 2,88 (hoje, o valor bate na casa dos R$ 4). Por conta disso, houve certo temor que o Inter perdesse o seu garoto-propaganda para a Florida Cup. O Inter já havia vendido D’Alessandro como o seu rosto para o torneio — e para o desfile na Disney, com Ronaldo, Mickey e companhia.

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Com a saída de D’Alessandro, o Inter anunciará o atacante Henrique Almeida e verá Argel Fucks escolhendo um novo 10, entre Sasha, Andrigo e Alisson Farias. Entre D’Alessandro e Anderson, o Inter apostou no guri do Rubem Berta. Vitorio Piffero recusou ofertas chinesas por Anderson, que a partir de agora poderá ser o pilar de experiência do meio-campo colorado — caso o futebol chinês não se apresente no Beira-Rio com a proposta definitiva, na casa dos 10 milhões de euros.

D’Alessandro voltará para casa, estará entre amigos, com o técnico Marcelo Gallardo e com Enzo Francescoli, manager do clube. Há dúvida se D’Alessandro se despedirá esta noite do Inter, jogando contra o São José, no Passo D’Areia, e tendo a chance de erguer a sua última taça com a camisa colorada, a Recopa Gaúcha.