A ginasta Daiane dos Santos mostrou serenidade ao reconhecer o nervosismo durante sua apresentação no solo pelas finais por aparelho dos Jogos Olímpicos de Atenas, na segunda, dia 23, no Ginásio Olímpico. Com isso, acabou cometendo um erro depois de executar o duplo twist esticado.

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– O excesso de vontade e nervosismo às vezes atrapalha bastante. Dei três passos e ultrapassei a linha. Só ali devo ter perdido 0,3 pontos. Não digo que estou frustrada, mas um pouco triste. Não pela medalha, mas porque eu poderia ter feito melhor – comentou a brasileira, que terá seu duplo twist esticado batizado pela Federação Internacional (FIG) como “Dos Santos”, assim como ocorreu com o duplo twist carpado após o Mundial de Anaheim, no ano passado.

Daiane conversou com a imprensa durante longo tempo, não deixando de responder nenhuma pergunta e afirmou que a contusão no joelho não a atrapalhou.

– Fiz a mesma série várias vezes no treinamento e acertei. Aqui acabei errando. Tive ansiedade, pois fiquei uma semana esperando por esse dia. Mas isso faz parte do esporte. Agora voltarei para o Brasil e treinarei ainda mais para a próxima competição – disse.

Daiane, que disputa a final da Copa do Mundo, em Birmingham, na Inglaterra, nos dias 11 e 12 de dezembro, revelou que foi opção dela e do técnico Oleg Ostapenko escolher uma série mais radical, com a execução do duplo twist esticado e carpado.

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– Eu poderia ter vencido se tivesse optado por uma mais conservadora. Mas não me arrependo de nada. Tive uma cobrança pessoal, podia muito bem ter feito a outra série. Sabia do risco e resolvi assumir. Podia estar mais feliz se o resultado fosse melhor. Mas estou contente por ter superado, desde o ano passado, duas operações e chegar aonde eu queria. Fui reserva em Sydney e agora a primeira brasileira a disputar uma final olímpica – declarou a atleta, que já passou por duas cirurgias no joelho direito e uma no esquerdo.

A atual campeã mundial do solo sentiu que ficara fora da disputa pelo pódio logo após sua apresentação.

– O atleta sente quando não foi bem – disse.

Mas demonstrou espírito olímpico ao revelar que não torceu contra as suas adversárias na seqüência.

– Isso não é ganhar. Isso é pior do que perder. O vencedor vê que perdeu e luta para ganhar na próxima – afirmou.

A ginasta brasileira fez questão de elogiar o desempenho da medalhista de ouro, a romena Catalina Ponor.

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– Ela está de parabéns. Já tinha dito que ela era a minha principal rival. Ela merece. É uma menina exata, que não comete erros. Também treinou muito para estar aqui.

Quanto ao seu futuro dentro da ginástica, Daiane dos Santos não quis afirmar que vai estar nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

– Não sei se vou agüentar mais quatro anos. É muito tempo pela frente. Fui reserva em Sydney e fiquei com tanta raiva que resolvi continuar treinando para estes Jogos Olímpicos. Pode ser que eu vá para Pequim ou não – comentou a atleta, que deve ter uma semana de férias antes de retomar os treinos no Centro de Excelência, em Curitiba.

As informações são do Comitê Olímpico Brasileiro.

Confira a de Daiane dos Santos.