Sob protestos, a Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú adiou nesta quarta-feira à noite a votação do polêmico Plano Municipal de Educação. O motivo foi um equívoco na segunda versão do projeto encaminhado ao Legislativo pelo prefeito Edson Piriquito (PMDB). Cedendo à pressão de padres e pastores evangélicos, o Executivo retirou da justificativa da proposta os termos diversidade, gênero e sexualidade _ mas no texto da lei os termos haviam sido mantido, o que levou ao adiamento.

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O plenário estava lotado de manifestantes de uma comunidade evangélica, pedindo a exclusão dos termos, e outro grupo, formado especialmente por estudantes universitários, que pediam uma emenda para inclusão.

Apenas uma emenda foi incluída na votação: assinada pelos vereadores Claudir Maciel (PSD) e Orlando Angioletti (DEM), diz que o Plano Municipal de Educação considerará gênero como masculino e feminino.

O projeto de lei volta à pauta na próxima terça-feira, 1º de dezembro.

Opinião: estamos atrasados

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A discussão dos planos municipais de educação, aliás, tem sido marcada pela interferência de grupos religiosos e por uma insistente negação de temas que deveriam ser apresentados na escola, para o bem da cidadania. Falar em gênero e diversidade vai além da opção sexual: inclui apresentar à criança as diferenças que nos cercam e a importância de respeitá-las.

Formar cidadãos que compreendem e aceitam o diferente é um passo além na construção de uma sociedade mais justa, mais humana.

Em meio à confusão na Câmara, foram sensatas as palavras do vereador Eduardo Meneghelli (PMDB). Deficiente físico, ele lembrou que falar de diversidade (todas elas, da cor da pele às limitações) é falar de inclusão.