Redes de pesca ilegais provocaram um massacre da vida marinha na Praia de Gravatá, em Navegantes, nesta quarta-feira. Pelo menos 10 tartarugas enredadas lutavam pela vida sob o olhar assustado dos moradores, que procuraram os órgãos ambientais.

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O socorro demorava e a situação dos animais comoveu o guarda-vidas Robson Cazara que, apoiado em uma prancha, resolveu começar o resgate por conta própria. As tartarugas, todas da espécie verde, foram levadas à praia e retiradas da rede uma a uma.

Técnicos da Fundação do Meio Ambiente de Navegantes e do Projeto de Monitoramento das Praias, da Univali, esperavam para tratá-las. Parte dos animais precisou de massagem cardíaca de ressuscitação, mas apenas três sobreviveram.

Para as tartarugas, emalharem-se em redes de pesca significa uma lenta morte por afogamento. De acordo com os técnicos, todas as que foram resgatadas em Navegantes ainda eram juvenis, e sequer tinham chegado à idade reprodutiva. Quando adultas, as tartarugas-verdes podem chegar a 1,5 metro de comprimento.

Ilegais, mas comuns

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As redes do tipo feiticeira, que causaram a morte das tartarugas, são uma armadilha ilegal e difícil de evitar. Os animais acabam enredados sem perceberem, e em locais com grande trânsito de tartarugas, o enredamento é fatal.

O Ibama recebe denúncias de redes ilegais toda semana. No último mês, já atenderam ocorrências similares em Porto Belo, Bombinhas e Balneário Piçarras.

O caso desta quarta-feira vai ficar impune. Um barco artesanal que estava próximo chegou a ser abordado, mas não se confirmou o envolvimento e os pescadores foram liberados.

O Ibama Itajaí, que recentemente conseguiu a posse do único barco mantido pelo órgão ambiental no Estado, não conseguiu retirar as redes porque o seguro obrigatório da embarcação está atrasado.

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A morte das tartarugas, nesta quarta, é o reflexo de nossa falta de estrutura para lidar com o problema e da certeza de impunidade.