A perda de 50% das linhas no Porto de Itajaí, em setembro, seguida por um mês de outubro com canal de acesso fechado ou operando com restrições, resultou em uma corrida inédita por afastamentos no Órgão Gestor de Mão-de-Obra (Ogmo).

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Nos últimos 60 dias, foram cerca de 70 solicitações de licença por interesse particular por parte dos trabalhadores portuários avulsos_ a maioria nas duas últimas semanas.

O número corresponde a 22% dos 308 trabalhadores ativos do Ogmo. O órgão é o responsável pelas escalas de serviço em Itajaí. Por lei, os portos públicos têm um modelo diferenciado de trabalho, em que as categorias se organizam em órgãos gestores que definem quem trabalha, e quando.

Se por um lado há maior estabilidade para o trabalhador, por outro, ele só recebe pelo que produz. E se o tempo é de “vacas magras” no porto, é dele o primeiro impacto, já que os vencimentos estão de acordo com as oscilações de mercado.

Em comparação com outubro do ano passado, os salários no último mês devem ficar até 65% mais baixos _ uma queda que atinge, além das famílias dos portuários, de forma direta, também indiretamente a economia da região.

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Para o problema do fechamento do canal há soluções _ paliativas e definitivas _ em discussão. Para a queda de movimentação, porém, há um longo caminho a ser percorrido, que inclui melhoria nas condições de competição e depende, diretamente, de boa vontade em Brasília.