O Complexo Prisional da Canhanduba, em Itajaí, será o primeiro no Estado a oferecer aos detentos a possibilidade de cursar universidade à distância enquanto estão no regime fechado e pagar pelo curso com o próprio trabalho.

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No sábado, 20 presos farão vestibular para o curso de Logística. Os internos selecionados para prestar a prova têm ensino médio completo – em alguns casos, finalizado dentro da própria unidade prisional – e não terão progressão de regime pelos próximos dois anos, prazo para conclusão do curso. O que significa que não serão soltos nem irão para o regime semiaberto nesse período.

Embora haja outros detentos no Estado cursando a universidade, inclusive no Complexo da Canhanduba, a diferença é que os detentos-universitários costumam estar no regime semiaberto, em que têm permissão para deixar a cadeia. A inovação do projeto implantado em Itajaí é oferecer oportunidade ao preso de progredir para o semiaberto já com o curso concluído e com oportunidade de arrumar um emprego.

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O Complexo Prisional tem hoje 150 presos estudando e mais de 500 trabalhando, dentro ou fora da prisão – metade dos detentos condenados, já que a lei só permite o trabalho para quem já passou por julgamento. Quem trabalha recebe um salário mínimo, que é dividido entre o preso e a unidade prisional. Para pagar a universidade, cada preso vai desembolsar por mês R$ 285.

A unidade, aliás, é exemplo em ressocialização. Na semana que vem, receberá uma comitiva de países do Mercosul que virá conhecer o modelo. Apesar disso, continua superlotada.

Nesta terça-feira 22 detentos da Canhanduba se formaram no 1º curso de solda oferecido pelo Senai. A qualificação veio através do Pronatec, programa do governo federal. Ao final da cerimônia, os diplomas foram entregues às famílias dos formandos.

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O primeiro deles a deixar a prisão já está empregado.