A superintendência estadual do Ibama determinou que a coordenação do órgão em Itajaí levante os custos de renovação do seguro obrigatório da única lancha que mantém em Santa Catarina e providencie a regularização. Até que saia o documento, a embarcação permanecerá parada.

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O problema é que não há recursos, hoje, para efetuar os pagamentos – o que dependerá da presidência do órgão, em Brasília, segundo informou o superintendente Adenilson Perin à RBS TV. A expectativa é que o problema seja resolvido em 15 dias. Só aí a lancha poderá voltar ao serviço de fiscalização.

O trabalho é essencial na região de Itajaí, que concentra o maior polo pesqueiro do país, mas a lancha é insuficiente para dar conta da demanda. No caso das tartarugas marinhas presas em rede ilegal em Navegantes, na quarta-feira, seria necessário um bote inflável para que os fiscais acessassem o costão com mais segurança – algo que o Ibama SC não tem.

Eduardo Nuber, ex-coordenador de petróleo e gás do órgão no Rio de Janeiro (RJ), assumiu ontem a coordenação da regional Itajaí do Ibama com a proposta de melhorar a frota. Pretende negociar com a Receita Federal a incorporação de embarcações apreendidas para usá-las na fiscalização ambiental.

::: Rede ilegal provoca massacre de tartarugas marinhas em Navegantes

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A inoperância da única embarcação mantida pelo Ibama no Estado trouxe à tona o descaso histórico que envolve a sede do órgão ambiental em Itajaí. Os problemas vão além da falta de equipamentos: em março o órgão recebeu ordem de despejo da Univali, dona do prédio que ocupa há quase 40 anos. O motivo foi a falta de manutenção, que coloca em risco a estrutura.

A universidade foi informada da situação pela Defesa Civil de Itajaí, que classificou o caso como “insalubridade no ambiente de trabalho”. O telhado está quebrado e há infiltrações no prédio. Vídeos que circulam na internet mostram, inclusive, os funcionários usando sombrinhas dentro da sede para se protegerem das goteiras.

Os bombeiros também chegaram a notificar o Ibama pela falta de equipamentos de segurança contra incêndios. Desde então há um pedido de mudança correndo na presidência do órgão em Brasília, que só agora, sete meses depois, recebeu aval. Ainda não há, entretanto, previsão de mudança.