Basta uma lida rápida sobre esses assuntos para descobrir que hoje, no mundo, há dois movimentos fundamentais da sociedade civil que lutam por mais abertura das bases de dados, informação e documentos arquivados nas gavetas e prateleiras dos governos. Um desses movimentos se caracteriza pela luta pelo direito a informação, ou seja, quer o acesso à informação de um ponto de vista dos direitos humanos, por considerar que a informação é um direito fundamental de qualquer ser humano, como a educação ou a saúde.
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O outro movimento, facilmente identificável nessa etapa de evolução da humanidade é o que luta pelos dados governamentais abertos. Duas frentes importantíssimas para o avanço da democracia e da cidadania.
Este segundo movimento quer a abertura da informação por motivos intrinsecamente sociais e econômicos. A informação compartilhada desse ponto de vista beneficia em muito a sociedade, porque gera condições para a criação de serviços socialmente inclusivos, que impulsionam a democracia participativa.
O Observatório Social de Itajaí encaminha suas lutas orientado por essas duas frentes, ora insistindo no direito subjetivo à informação, ora colocando acento na importância social da participação da população, devidamente alimentada por dados fidedignos e úteis.
Esses dois movimentos se entrelaçam em muitos pontos, pois seus objetivos são praticamente os mesmos. Ambos, por exemplo, exaltam a transparência governamental como conditio sine qua non para pleno o exercício da cidadania e o desenvolvimento da democracia. O maior fruto da transparência na gestão pública é o fato de toda a sociedade poder desfrutar do valor social e econômico contido na informação gerada com o dinheiro público.
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Os dados, em si, constituem o nível mais baixo de abstração, (são as sementes), porém, é deles que nasce a informação (as flores) e, a partir da informação, nasce o conhecimento (os frutos).
Para conhecer e aproveitar os bons frutos dessa árvore basta lembrar alguns serviços e conhecimentos gerados no meio público, e que podem beneficiar a todos: informações de negócios, propriedade intelectual, registros e patentes, informações geográficas, endereços, fotos aéreas, edificações, cadastros, legislações, estudos e decisões formais, leis, informações meteorológicas, geológicas e de utilidade pública, dados de clima, informações de cunho social, estatísticas de economia e emprego, saúde pública, população e administração pública, compras e licitações, transporte, condições de tráfego, obras importantes para a Cidade, trânsito, etc., etc.
São tantas e tão importantes as fontes governamentais de dados, que não há outra maneira senão torna-los abertos e disponíveis, para que todos deles tirem proveito. Dados governamentais podem ser fontes inesgotáveis de desenvolvimento social e econômico, basta direcioná-los e utilizá-los em prol do bem comum, tornando-os democraticamente abertos.