As brasileiras estão engravidando cada vez menos, e a vontade de ser mãe pela primeira vez ficou para mais tarde. É o que revelam os Indicadores Sociais Municipais do Censo Demográfico 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a pesquisa, a média de filhos por mulher era de 2,38, em 2000. Já em 2010, este número caiu para 1,86.

Continua depois da publicidade

Enquanto essa queda foi registrada em todas as regiões do país, o número de casais que buscam auxílio para engravidar por meio de fertilização in vitro cresceu. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, já são 5 milhões os bebês de proveta. No Brasil, cerca de 100 mil casais procuram o tratamento, por ano. Em países como a França, por exemplo, 5% das crianças nascem após essa fertilização. Calcula-se que 11 milhões de pessoas sofram de infertilidade: em cada seis casais, um é infértil, apontam estatísticas.

Os índices também mostram a redução de grávidas entre as mulheres mais jovens. Em 2000, 19% dos nascimentos ocorriam na faixa etária de 15 a 19 anos, e 29% nos limites de 20 a 24 anos. Esses percentuais diminuíram, respectivamente, para 18% e 27%.

Atrasando o relógio

Até pouco tempo, as mulheres eram orientadas por um relógio biológico preciso, cujos ponteiros avisavam que o momento de ter filhos tinha hora pra acabar. Atualmente, os avanços da medicina permitem que a mulher atrase esse relógio, lançando mão de técnicas, como o congelamento de óvulos. Mas essa alternativa é colocada à disposição de mulheres solteiras ou em casos de doenças ou tratamentos nocivos à fertilidade, como quimio ou radioterapia.

Continua depois da publicidade

O método de criopreservação consiste em conservar células ou tecidos em recipientes com nitrogênio líquido, que atingem a temperatura de -196ºC. Uma vez colhidos e maduros, os óvulos são congelados e armazenados. Caso não tenha conseguido engravidar, a mulher poderá recorrer ao descongelamento, para a fertilização em laboratório.