Ao menos no que diz respeito à frieza dos números, Joinville já não é mais a maior potência econômica de Santa Catarina.
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Dados do IBGE divulgados ontem revelam que, pela primeira vez desde 1999, a cidade perdeu a liderança no ranking do Produto Interno Bruto (PIB) entre as cidades catarinenses.
O PIB de Itajaí passou a somar R$ 19,7 bilhões contra os R$ 18,2 bilhões de Joinville. Agora, Itajaí é a 29a cidade mais rica do País, enquanto Joinville ocupa a 31a posição.
Levantamento anterior já indicava que Itajaí logo ocuparia o primeiro posto, pois aparecia com apenas cerca de R$ 200 milhões abaixo de Joinville _ a estimativa atual considera os números de 2012.
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A queda da maior cidade do Estado no ranking era esperada e encarada como um tombo pelas lideranças locais. Na avaliação do presidente da Associação Comercial de Industrial de Joinville (Acij), João Martinelli, Itajaí assumiu a dianteira por uma questão de metodologia, exclusivamente impulsionada pela atividade portuária.
Já o prefeito Udo Döhler (PMDB) defende que os números são um reflexo de naturezas econômicas diferentes. Enquanto Itajaí recebe contêineres, diz o prefeito, Joinville importa matérias-primas e as transforma em mercadorias.
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Não significa que a indústria em Itajaí cresceu mais do que a de Joinville ou que nossa indústria diminuiu de tamanho. Temos 200 mil empregos formais em Joinville, enquanto que em Itajaí isso gira em torno de 80 mil. Ou seja, processamos aqui a manufatura de outra forma, além de termos excelência na prestação de serviços _ avalia Udo, lembrando que a cidade tem as multinacionais Embraco, Whirlpool, Tupy e Tigre.
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Conforme o prefeito, se Joinville tivesse um porto seco, em “um piscar de olhos” a economia da cidade cresceria 17%.
O raciocínio é compartilhado pelo presidente da Acij. Para Martinelli, a tendência é de que as cidades portuárias de Itapoá e Navegantes também ganhem posições nos próximos rankings do PIB.
_ Muito do que se produz nos municípios do Norte, o que é importado ou exportado, passa por Itajaí, Itapoá, São Francisco do Sul, Navegantes. A atividade econômica não para nessas cidades. É aqui que está a geração econômica, mas por medidores isso não se reflete _ observa o empresário.
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Ranking à parte, há consenso entre as lideranças locais de que o ICMS concentrado nos municípios portuários deveria retornar em fatias maiores para Joinville e os demais municípios catarinenses.