Considerado uma das vítimas fatais do ataque em Paris na última sexta-feira, um espanhol de 33 anos usou as redes sociais para comunicar aos amigos e familiares que está vivo. Conforme o jornal El Pais, até a mãe de Alberto Pardo Touceda foi comunicada do falecimento do filho quando dois agentes à paisana se apresentaram na porta do seu apartamento. Eles pediram a Pilar Touceda que se sentasse, e, então, comunicaram que seu filho havia falecido em Paris.
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Alberto estava, segundo eles, entre as vítimas da casa de shows Bataclan. Deram-lhe os pêsames e se colocaram à disposição. Logo parentes e amigos começaram a chegar à casa de Pilar.
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Antes disso, uma familiar, que havia escutado no rádio que o número de vítimas espanholas em Paris havia aumentado, telefonou para dar os pêsames a Pilar. No entanto, conforme o jornal, a mulher estranhou a tranquilidade de Pilar e preferiu conduzir a conversa para os atentados de Paris, antes de perguntar sobre o filho.
– Bom, está bem. Ele está em Estrasburgo – respondeu Pilar.
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A mulher não disse mais nada, imaginando que Pilar ainda não tivesse sido informada.
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No começo da tarde de domingo, Alberto entrou no Facebook e percebeu que havia recebido diversas mensagens como “sempre nos lembraremos de você, Alberto”, “descanse em paz”, entre outras frases emocionadas. Mais do que isso: ele leu a notícia de que era um dos mortos no atentado, pois durante várias horas a imprensa espanhola noticiou a sua morte e saiu à procura de dados para o seu obituário.
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A sua primeira manifestação na rede social foi dizer: “sei lá… eu vejo a mim mesmo nestes momentos e diria que estou vivo? mas se vocês continuarem escrevendo coisas tão bonitas sobre mim talvez eu tenha de morrer para não deixá-los mal? além do mais, se o El País está dizendo, deve ser verdade”.
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E seguiu nos comentários: “puxa, que pressão precisar desmentir sua própria morte, pensei em alguma brincadeira que marcasse o momento para sempre, mas acho que livrá-los dessa sensação de m… o antes possível era prioritário”.
Entre os comentários, apareceu o de uma prima dele, Lucía, pedindo-lhe que ligasse imediatamente para a mãe. Pilar quis escutar seu filho para acreditar.
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Alberto estava bem, não tinha ido a Paris, não tinha saído de Estrasburgo. Pediu desculpas por ter deixado seu telefone desligado. Pediu que sua família ficasse tranquila. Pretendia voltar no Natal, mas anteciparia a viagem para se encontrar com eles. Logo em seguida, telefonaria para o consulado para avisar que não estava morto. E especulava que o erro podia ter acontecido por causa do roubo da sua carteira de identidade anos antes, algo que havia denunciado na delegacia de polícia.
Confira o mapa dos ataques:
*Zero Hora