A primeira vez que estive na Ilha, 1948, tinha sete anos de idade. Da janela do quarto do hotel na beira da Baía Norte, vi um “pássaro” brilhando no céu. Voava muito alto, era quase uma estrela. Aos poucos foi descendo, descendo cada vez mais, até pousar na água e navegar. Fascinado, gritei para o meu pai:

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– Um avião navio!!! Um avião navio!!!

Ele veio, fotografou e, sorrindo, me disse:

– Um hidroavião.

À tarde, fomos conhecer a praça principal. A velha fi gueira ainda era jovem. A grande catedral e o Palácio Cruz e Sousa, sede do governo de Santa Catarina. Quanta emoção. Na majestosa entrada, dois guardas vestidos de branco com galões dourados. Neste momento, chega uma limusine negra com vários homens vestidos de preto e um senhor de terno de linho branco, distinto e imponente.

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Gritei para o meu pai:

– Olha! É o rei, é o rei.

Sorrindo, ele respondeu:

– Não, filho, é o governador.

Visitamos o belo castelo.

– Não, filho: palácio.

Nos jardins, entre flores, plantas, lagos e fontes, gritei outra vez:

– Vejam que galinha mais engraçada.

Gentil, minha mãe respondeu:

-É um pavão, meu filho, um pavão com o rabo aberto feito um leque.

Neste momento, para mim, começou a magia da Ilha.

PRAGA Por mais longe que eu vá, percebo que a globalização

ainda não se adaptou por completo no mundo. Todos sabem, em

cada lugar o horário dos novos e velhos relógios é diferente em

decalagem de uma até 24 horas. Fico feliz, pois em qualquer lugar

do globo ainda, quando marca meio-dia, caso não chova… terá sol.

SÃO FRANCISCO DO SUL Venho de uma família chamada “Machado”, e meu querido pai soube bem administrar a inclinação profissional dos seus filhos.