Jorge Baggio, de 45 anos, cresceu em uma família de jornalistas — pai, mãe e irmã —, e por isso era rodeado de muitos filmes, bons livros e fotografia. Ainda assim, decidiu cursar Engenharia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mas levou o curso somente até o último semestre para seguir a paixão pelos filmes, que estava “no sangue”. Agora, Baggio já é produtor e diretor de diversos documentários que retratam a história de várias regiões catarinenses — duas delas, inclusive, acabaram de receber a chancela do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. “De Laguna aos Canyons” e “Riquezas do Vale” conta a história das duas localidades no Sul e no Norte do Estado.
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Os dois documentários estão em fase de produção, e receberam apoio do Departamento de Áreas Protegidas do ministério por compreenderem a “sensibilização e promoção das Unidades de Conservação da Natureza, fortalecendo também o desenvolvimento mais sustentável de novas economias de base comunitária e o sentido de pertencimento das pessoas que vivem nessas regiões”. É o que diz o documento assinado por Pedro da Cunha e Menezes, responsável pelo setor.
As produções fazem parte do Hub B7 Films, lançado pela produtora B7 Films, de Florianópolis, em setembro deste ano. A produtora existe desde 2014 e foi fundada por Baggio. Um “hub” é um conceito que define um espaço que conecta os diferentes agentes da indústria audiovisual, com o objetivo de impulsionar o setor ou financiar produções cinematográficas. O Hub B7 Films assina obras documentais sobre Santa Catarina que valorizam o povo, a história, cenários naturais, biodiversidade e belezas geográficas do Estado.
A estreia do hub veio junto do documentário “Arte & Mar” (50min), que é uma espécie de “poema” ao fascínio humano pelo mar. A obra, narrada em primeira pessoa pelo próprio Jorge Baggio, fala sobre a relação profunda do manezinho com o mar, trazendo cenas e relatos de lugares por onde passou.
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— A gente carrega, aqui, a origem de Florianópolis no coração. Acho que inclusive o meu amor pela Lagoinha do Leste é um dos grandes motivadores da existência desse hub, desses propósitos de sustentabilidade, de proteger o meio ambiente, de estimular uma economia em torno de um turismo sustentável e de preservação como a gente vê na Suíça, no norte da Itália, na Polinésia Francesa, no sul da França… Temos vários exemplos no mundo de preservação e turismo forte, e acho que Florianópolis contempla isso, e a gente tem muito para crescer nesses dois âmbitos — pontua ele.
Conheça os documentários de Baggio
Quando ele diz “a gente”, Jorge se refere à irmã, que faz parceria com a B7 Films desde 2015 como diretora-executiva e produtora cultural. Pela UFSC, Cristina Baggio se formou em Economia e é mestre em Relações Internacionais. Ela trabalhou na produção do documentário Descaminhos da Coxilha Rica (2017) e na produção e no lançamento do documentário Meiembipe: Uma História Esquecida No Tempo (2018).
O filme Arte & Mar tem apoio de Instituto de Cinema de Doha, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Celesc, Nexxera, Casan, BR Fértil e Okko Floripa.
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Em maio de 2025, o hub fará sua primeira exibição durante o Festival de Cannes, com a estreia do documentário “Crédito Para Todos”.
Como surgiu a B7 Films?
Baggio lançou o primeiro documentário em 2003, o “Bodyboarding Santa Catarina”, que o fez ter um feedback positivo tanto do público quanto do jornalismo catarinense local. O filme, inclusive, foi o primeiro filme sobre o assunto a passar nos cinemas, segundo ele.
— Isso fez com que a gente fundasse a B7 Films e investisse para levar os nossos talentos e compartilhar com o mundo outras formas de ver a vida, resgatar história, conhecimento e compartilhar com o mundo todo os nossos valores — compartilha ele.
No momento, a produtora está em fase de captação de recursos para a obra Riquezas do Litoral, que percorre alguns dos lugares icônicos da Ilha de Santa Catarina, como Lagoinha do Leste, Lagoa da Conceição, Ilha do Campeche e Naufragados.
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Já são oito documentários concluídos e distribuídos em 22 países, disponíveis em plataformas como Apple TV, Google Play e Amazon. As obras também são distribuídas gratuitamente a escolas e universidades, sendo exibidas como fonte de pesquisa e conhecimento para os estudantes.
O objetivo é lançar 10 documentários por ano, além de um aplicativo educativo e um canal próprio no YouTube direcionado a estudantes do ensino básico até a pós-graduação. A expectativa é que cerca de 10 milhões de jovens sejam beneficiados pelo polo audiovisual, além da distribuição de 100 mil DVDs para escolas.
*Sob supervisão de Jean Laurindo
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